O CORREIO foi procurado pelo senhor Edison Feitoza Gomes relatando ter levado ao conhecimento do Ministério Público Federal (MPF) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) um procedimento da Prefeitura de Marabá que ele vê como crime ambiental. A queixa dele é quanto a material com aspecto de entulho que caminhões a serviço do Município têm descartado na área alagável próximo à cabeceira da ponte sobre o Rio Itacaiúnas, na área das antigas olarias, também conhecida como várzea da Vila Socó.
Edison apresentou para a Reportagem do CORREIO na manhã de segunda-feira (16), do teor das denúncias que diz ter entregue às autoridades. Ele afirma que o material depositado pelos caminhões da Prefeitura é recoberto com uma camada de aterro, a fim de disfarçar o crime ambiental, ali presente: o lixo da área urbana. “Hoje o Ibama fez uma atuação e pegou em flagrante o caminhão da prefeitura jogando o lixo lá na entrada da Velha Marabá”, diz Edison, mostrando as imagens de caminhonetes do Ibama.
OUTRO LADO
Leia mais:A Reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da PMM para verificar o outro lado da história. Primeiramente, o Poder Executivo defende que o aterro que está sendo preparado ali faz parte da estrutura do futuro “parque ambiental” da cidade.
Também retrucou, dizendo que a ida do Ibama ao local não teria sido uma blitz e que não existe notificação, ou algo nesse sentido, sendo que aquele órgão federal tem conhecimento do projeto do Município.
O CORREIO também contatou o secretário municipal de Meio Ambiente, Rubens Sampaio, o qual garante que o material que está sendo usado no aterro é resíduo inerte (que não sofre transformação química, física ou biológica quando em contato com água destilada ou deionizada) e galhadas – que em decomposição funciona como enriquecedor do solo. Segundo ele, desde o início de 2022 a Prefeitura tem usado esse procedimento sem ter sofrido qualquer admoestação até hoje.
A Reportagem esteve no lugar em questão e verificou que no meio do material ali despejado, há entulho de obras, restos de móveis, pedaços de madeira, galhos e barro, além de material plástico e isopor.
O CORREIO não conseguiu contato com o escritório do Ibama em Marabá, ontem, para saber deles qual foi o motivo da visita ao local em questão nos últimos dias. (Luciana Araújo)