Correio de Carajás

Delegado-geral apresenta novo superintendente do Sudeste Paraense

O delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Alberto Teixeira, apresentou, em Marabá, o novo superintendente da Polícia Civil no Sudeste Paraense. Assumiu a função o delegado Thiago Carneiro Rodrigues, em substituição à delegada Simone Felinto, que passa a ser diretora da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) do município. O superintendente é responsável em coordenar as Unidades Policiais da Polícia Civil em 16 municípios da região do Carajás.

Segundo o diretor de Polícia do Interior, delegado José Humberto Melo, a ideia da nova gestão é tornar a Polícia Civil do Pará, cada vez mais, uma Polícia mais forte. “Que nós possamos nos unir em prol de investigar os crimes”, ressaltou, citando como exemplo a operação Longa Manus, deflagrada nesta quinta-feira em Marabá. A ação resultou nas prisões de pessoas influentes com envolvimento em crimes na região. “Em sete dias, foram realizadas 15 operações que resultaram em 54 prisões no interior do Estado”, destaca.

Trajetória – Com oito anos de carreira na Polícia Civil, vividos em municípios do sudeste paraense, o delegado Thiago Carneiro já atuou em Unidades Policiais como as Delegacias de Curionópolis, Parauapebas, Eldorado dos Carajás. Por último esteve lotado em Canaã dos Carajás.

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Agora, como superintendente da região, o delegado tem a missão de continuar a repressão à criminalidade na região, por meio do combate às diversas modalidades de ações criminosas, entre elas, os roubos a banco, roubos de veículos e homicídios.

Problemas e projetos – Ao falar sobre os planos e projetos para desenvolver a Polícia Civil do Pará no atual Governo, o delegado-geral enumerou os problemas encontrados ao assumir a gestão da corporação policial.

“Pegamos uma Polícia Civil com um problema sério de efetivo (quantidade de policiais civis). Hoje tenho 3.324 policiais civis, em tese prontos, para o serviço. Em tese, porque na verdade, não conto com esse número todo. Temos policiais de licença, de férias e cedidos a outros órgãos. Isso diminui (o número de policiais civis) de forma considerável para que possamos utilizá-los em todo Estado do Pará. E a situação pode se agravar mais. Estamos com 906 policiais civis aptos a se aposentar. Efetivamente, 400 irão fazer isso nesses próximos dias”, afirmou Alberto Teixeira.

A demanda já foi levada ao governador do Pará, Helder Barbalho, que se mostrou bastante sensível aos problemas da Segurança Pública e favorável para que a Polícia Civil possa chamar o excedente do último concurso, para assim, fortalecer o número atual de policiais civis. A ideia é pelo menos tentar igualar ao número de policiais civis que irão sair da corporação. Conforme o delegado-geral, já foi solicitada ao governador a realização de um novo concurso público para cargos de carreira policial civil.

Além dos problemas com efetivo policial, a Polícia Civil está com problemas financeiros. “Temos uma dívida pretérita que hoje está em torno de R$ 13 milhões. E a nossa renda para fomentar investimentos de custeio na instituição é de R$ 3,2 milhões. Tenho que escolher o que eu pago, para nós não pararmos. E ainda assim procurar investimentos”, explica Teixeira.

Ao se referir à criminalidade em Marabá, ele destacou que a região tem os mesmos problemas da região metropolitana de Belém, como roubos, tráfico de drogas, homicídios, milícias e facções. “Em Marabá tem tudo isso, mas tem dois problemas a mais: os assaltos a banco e a questão agrária”, lembra, ao falar ainda sobre a necessidade de fortalecer as Polícias Civil e Militar para que sejam corporações fortes e preparadas para o enfrentamento ao crime.

Alberto Teixeira disse ser primordial o investimento em inteligência policial, por meio da aquisição de equipamentos de ponta para a Polícia Civil, para ajudar nas investigações. O policial também falou sobre ideias obtidas após visitar as Polícias Civis de outros Estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul, para colocá-las em prática na Polícia Civil do Pará.

Entre as medidas estão as chamadas Centrais de Composição Social, que seriam formadas por equipe multidisciplinar assistidas por um delegado de Polícia, responsável em absorver os chamados crimes de menor potencial ofensivo, cuja pena é pequena. Outro projeto é o Inquérito Eletrônico, que corresponde à integração dos sistemas da Polícia Civil com o Poder Judiciário para envio por meio eletrônico de inquéritos policiais do Judiciário.

Por fim, há a possibilidade de implantação na Polícia Civil das chamadas Centrais de Garantia responsáveis em receber apenas situações de prisão em flagrante, formada por equipe multidisciplinar com presença de policiais civis. A meta é agilizar e dar mais eficiência ao andamento dos procedimentos de Polícia Judiciária dentro das garantias constitucionais. “Dentro desse planejamento institucional, a médio e longo prazo, temos a intenção de fazer (essas ideias) na Polícia Civil”, concluiu.