Correio de Carajás

Delegado do Meio Ambiente chega a Marabá para investigar a JBS

“Queremos saber a dimensão e a extensão desse risco”, diz Aurélio Paiva, que coordena as investigações

Delegado Paiva veio de Belém e está à frente das investigações do vazamento de amônia na JBS/Foto: Evangelista Rocha

Um inquérito policial foi instaurando após o vazamento de amônia vitimar mais de cinquenta trabalhadores do frigorífico da empresa JBS em Marabá, na última segunda-feira, 12.

Uma equipe da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa) da Polícia Civil chegou ao município para realizar uma investigação mais aprofundada sobre o acidente.

Segundo o delegado Aurélio Paiva, responsável pelo inquérito, a equipe realiza, nesse primeiro momento, oitivas dos trabalhadores e levantamento das pessoas possivelmente vitimadas. Além disso, tem feito diligências no local e acessando documentações sobre a extensão dos possíveis danos.

Leia mais:

“Vamos ouvir muitas pessoas e coletar muitas informações. O inquérito foi instaurado, por existir a possibilidade de risco a vida das pessoas. Existia um risco à comunidade. Só esse fato, da possibilidade de um contagio maior de pessoas, queremos saber a dimensão e a extensão desse risco”, afirma Paiva.

Questionado sobre a perícia, ele confirma que já está sendo realizada por uma equipe especializada de profissionais, entre engenheiros e médicos.

“O trabalho da perícia é especificamente técnico. Há uma gama de profissionais, e os trabalhadores deverão ser encaminhadas para exame de corpo de delito”, adianta, reforçando que a conclusão deve ser feita em trinta dias.

Outro ponto levantado pela reportagem é sobre o funcionamento da empresa. O delegado afirma que não há impedimento para a JBS funcionar, já que ela está licenciada e passou por fiscalização recente de órgãos como Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria de Saúde.

Contudo, o local onde ocorreu o vazamento está interditado. Segundo Aurélio Paiva, ele não pode ser tocado e nem modificado.

“Nossa posição é coletar o máximo de informações úteis possíveis. A gente soube que aconteceram dois vazamentos. Mas, é preciso a confirmação com as pessoas que lá estiveram e com as vítimas. Estamos trabalhando com todos os quesitos para solucionar todas essas questões”, finaliza o delegado. (Ana Mangas)