Correio de Carajás

Delegado diz ter nomes de suspeitos de homicídio

O Corpo de Bombeiros ficou de entregar ao Instituto Médico Legal (IML) de Marabá na noite de ontem, quarta-feira (13), o cadáver de um homem encontrado boiando nas águas do Rio Tocantins, à altura da localidade conhecida como “Praia do Meio”. Tudo leva a crer que o corpo encontrado é de João Pedro Souza Curvina, de 20 anos, que foi assassinado na noite da última sexta-feira e teve sua execução filma da pelos próprios criminosos. Sobre as investigações, o delegado Willian Crispim, que preside o inquérito sobre o crime, disse que já tem suspeitos.

O policial conversou com a Imprensa na manhã de ontem, em seu gabinete. Segundo ele, em breve o Departamento de Homicídios terá boas notícias para repassar à Imprensa sobre o rumoroso caso. “Temos alguns nomes, inclusive”, disse o delegado, ao acrescentar que João Pedro foi vítima de uma “casinha”. Ou seja, foi atraído para a morte pelos seus algozes. “Realmente foi uma situação de casinha”, reafirmou.

Delegado Willian Crispim investiga o caso: “Temos alguns nomes”

Perguntado se o vídeo da execução, gravado pelos homicidas, está ajudando a Polícia Civil nas investigações, o delegado Willian Crispim disse que sim, pois através do vídeo foi possível ter acesso às vozes de dois acusados, assim como identificar a compleição física deles, assim como a arma utilizada. “Em outras palavras, os autores (do crime) acabaram produzindo provas contra eles mesmos”, declarou.

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Sobre a arma utilizada para executar o crime, que é um detalhe que chama atenção, o delegado observou que a arma aparentemente é uma semiautomática, que não é comum de ser encontrada nesta região.

TRÁFICO

Para William Crispim, tudo leva a crer que a execução de João Pedro foi motivada por disputa envolvendo o tráfico de drogas, até porque, segundo o delegado, as informações colhidas entre familiares e amigos da vítima dão conta que João Pedro estava envolvido em tráfico de entorpecentes. “Ele estava nesse mundo aí de venda de drogas”, disse o policial, acrescentando que João Pedro tinha passagens pela polícia por roubo e também por tráfico.

Perguntado sobre quais os passos a serem seguidos neste momento para encontrar os acusados, já que a polícia diz ter pistas e até nomes, o policial ponderou que nem tudo pode ser repassado neste momento para a Imprensa, mas observou que é preciso primeiramente descobrir onde foi exatamente que aconteceu o assassinato.

Em princípio, acredita-se que a execução aconteceu na Folha 1, mas pode ter sido também na própria Folha 8, onde a vítima estava morando ultimamente, já que os dois bairros são próximos e margeiam o Rio Tocantins.

Corpo da vítima foi jogado no rio na sexta-feira e acabou encontrado ontem

CRIME FILMADO

A morte de João Pedro é mais uma que tem como vítima um ex-presidiário (perfil das vítimas de assassinato em Marabá). Mas o que chama atenção é que o homicídio foi filmado. O vídeo que filma o momento exato da execução ainda circula em grupos de WhatsApp. Inclusive foi por meio do vídeo que a família descobriu que João Pedro estava morto, pois até então ele estava desaparecido.

Na filmagem, João Pedro está amarrado com as mãos para trás, vestido de camisa e apenas de cueca, jogado no chão e sendo chutada por um dos assassinos. Ele ainda diz a um dos matadores que o conhece, uma forma de apelar para não ser morto, mas a palavra “perdão” nem sempre é encontrada no dicionário do crime.

(Chagas Filho)