O futebol sempre foi um campo extremamente masculino, onde sempre reinaram o machismo e a homofobia. Mas os tempos mudaram.
A vida inteira nos acostumamos a assistir jogos e ouvi-los por meio de uma voz masculina. Mas os tempos mudaram.
Sem impedimento, as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço, entrando na área sem pedir licença (como tem que ser), porque os tempos mudaram.
Leia mais:Eu confesso que a primeira vez que assisti a uma partida de futebol narrada por uma mulher, tive um espanto. De início, não gostei e cheguei a imaginar que a moça não daria conta de terminar o jogo. Mas ela conseguiu. Elas conseguem. Elas conseguiram.
Conversando com alguns amigos que curtem futebol, vi que praticamente ninguém aprovava a ideia de uma voz feminina gritando “gol!”. Quanto a isso, não posso criticá-los porque as pessoas têm direito de gostar ou não.
Mas o que vi esta semana me deixou estarrecido: narradoras estão sendo perseguidas e amaldiçoadas simplesmente porque narram jogos de futebol.
Luciana Mariano, da SPN, se viu obrigada a abrir 156 processos contra perfis nas redes sociais que a perseguem sem parar. Mas não pense você que essa perseguição se limita a criticar o trabalho dela, com profissional. Trata-se de mensagens de ódio mesmo.
São frases como “Quero que você morra de câncer”, ou “Quero que sua família morra em um acidente de carro…”.
Trata-se de algo inexplicável do ponto de vista racional. É abjeta toda essa misoginia.
Sobre este assunto, a jornalista Milly Lacombe, colunista da UOL, fez o seguinte questionamento: Será que um homem que diz gostar de mulheres, mas se incomoda com a voz da mulher e com as coisas que ela fala, gosta mesmo de mulher?
E o que eu digo aos marmanjos (como eu) é que mulheres narrando jogos de futebol é um fenômeno irreversível e, com o passar do tempo, vai ser algo tão comum quanto um homem.
Por isso, respeitem, aceitem e deixem as “minas” em paz!