Correio de Carajás

Defesa diz que vai provar inocência de suspeito de fraudar o ENEM

André Ataíde tirou notas altas em três edições do ENEM. Mas a PF suspeita que duas delas seriam irregulares

O escritório de advocacia que defende André Ataide, estudante de medicina da UEPA, em Marabá, que é suspeito de responder provas do ENEM para outros rapazes, acaba de entrar em contato com a Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS e repassar as primeiras informações sobre o caso.

O escritório Teixeira e Freires Advogados, representado pelos advogados criminalistas Diego Adriano Freires e Magdenberg Teixeira, responderam à reportagem do CORREIO e afirmaram que acabaram de ser contratados pelo investigado André Rodrigues. De antemão, puderam informar que vão se habilitando nos autos do inquérito policial para obter acesso à integralidade dos autos. Enquanto isso, afirmam que o seu cliente foi ouvido em sede policial e já pode colaborar com a justiça, sendo liberado logo em seguida.

“As investigações prosseguem e a defesa acredita que, de forma técnica e justa, deve comprovar a inocência do seu cliente”, informou o escritório Teixeira e Freires Advogados.

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Os advogados de Eliesio e Moisés não foram identificados, mas o espaço neste Portal de Notícia também está disponível para ouvir a versão deles.

O QUE JÁ SE SABE SOBRE O CASO

A Polícia Federal deflagrou a operação Passe Livre, para combate a fraudes ao Exame Nacional do Ensino Médio. André Ataide é suspeito de ter sido aprovado duas vezes no exame (para curso de medicina), se passando por Eliesio e Moisés. Os três foram alvos de mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira, 16.

Nas casas dos investigados foram apreendidos telefones celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos. Não houve prisão.

Com base na nota no Enem conseguida através de fraude, essas duas pessoas foram aprovadas em medicina em Marabá, mas sem terem feito a prova. Um dos deles já é aluno do curso de medicina e o outro ainda não teve suas aulas iniciadas.

A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos inscritos nos processos seletivos do Enem. Para se passar por outros candidatos, o suspeito de fazer as provas pode ter usado documentos falsos. Ele também cursa medicina na Uepa de Marabá.

UEPA

Na noite desta sexta-feira (16) a Uepa se manifestou por nota, por meio da assessoria do Governo do Pará, com o seguinte teor: “A execução das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A Universidade do Estado do Pará (Uepa) acompanha e colabora com as investigações conduzidas pela Polícia Federal e aguarda a conclusão do processo para tomar as medidas cabíveis”. (Ulisses Pompeu)

[Atualizado às 21h10 – 16/02/2024]