Correio de Carajás

Defesa de Wilson, que matou sargento, alega legítima defesa

O acusado e a defesa sustentam que Wilson foi violentamente agredido pelo militar

O advogado João Victhor Batista Rodrigues, de Minas Gerais, procurou o Correio de Carajás para informar que está à frente da defesa de Wilson Carlos Araujo Junior, acusado de matar o sargento Carlos Júnior da Silva Melo, da Polícia Militar, na madrugada de segunda-feira (1º). Ele também foi autuado por tentativa de homicídio contra Mikaelle de Souza Machado. 

O advogado alega que o cliente agiu em legítima defesa, após ser brutalmente agredido pelo militar, perdendo três dentes em decorrência da agressão.

Em meio às investigações conduzidas pela Polícia Civil, a defesa de Wilson Carlos Araújo Júnior diz ter a intenção de esclarecer a postura dele em relação aos acontecimentos e manter o compromisso de colaborar para a elucidação dos fatos, afirmando que a equipe jurídica do acusado irá acompanhar de perto as apurações.

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O advogado expressou, ainda, perplexidade diante da divulgação parcial das imagens do ocorrido capturadas pelas câmeras de segurança. A gravação de uma câmera circulou ainda na segunda-feira. À reportagem, a Polícia Civil informou nesta quarta (3) haver mais duas câmeras que captaram a sequência dos fatos, entretanto, estas gravações não foram tornadas públicas. Segundo a defesa, a prática impede a mídia de transmitir à sociedade a totalidade da dinâmica dos fatos, deixando lacunas significativas na compreensão do ocorrido.

Conforme a investigação, antes de Wilson atirar no sargento, duas pessoas foram atingidas por disparos da arma de fogo do policial militar: um homem ainda não identificado e Mikaelle, que posteriormente foi atropelada por Wilson Carlos, em tentativa de fuga.

O advogado destaca que testemunhas afirmam que o policial, antes dos disparos, havia consumido bebidas alcoólicas e se envolvido em uma discussão com a companheira, assim, defende, Wilson agiu em legítima defesa ao ser agredido em meio à confusão.

A decisão judicial que manteve a prisão preventiva de Wilson também foi alvo de contestação. A defesa planeja impetrar um Habeas Corpus, argumentando que, no momento, o cliente reúne todas as condições necessárias para responder a um eventual processo em liberdade. (Thays Araujo)