Acusado de matar Gleidy Saldanha Aguiar e Leiane Alves Gomes, o militar da reserva do Exército, Josué Pereira Azeredo, foi levado a julgamento pelo Tribunal do Júri, em Marabá, na quinta-feira (23). Entretanto, o julgamento foi encerrado sem sentença, após os advogados de defesa abandonarem o plenário.
A atitude aconteceu após a defesa levantar a tese de que o réu era inimputável e pedir que os jurados votassem sobre a sanidade mental de Josué quando cometeu o crime. Por sua vez, Cristine Magella, promotora de Justiça, representante do Ministério Público Estadual, refutou o pedido, justificando que, anteriormente, já havia sido indeferida a instauração de incidente de insanidade mental durante a instrução processual. Ou seja, quando o crime foi cometido, Josué gozava de plena faculdade mental.
Wanderson Ferreira Dias, juiz presidente do tribunal, indeferiu o pedido da defesa, reforçando que nos autos do processo não consta nenhum documento médico que comprove a alegação. Os advogados do réu, Arnaldo Ramos de Barros Júnior, Railson dos Santos e Carlos Alberto Lobo, por duas vezes, pediram a dissolução do Conselho de Sentença e redesignação da sessão de julgamento, solicitações que foram negadas.
Leia mais:Na ocasião, Arnaldo Ramos informou que não teria condições de prosseguir com o debate. Ao indeferir o pedido da defesa, o juiz Wanderson Dias entendeu que o advogado tinha total conhecimento do processo e teria condições de continuar.
Diante dessa situação, Arnaldo informou que abandonaria o plenário para não prejudicar o réu, pois não tinha outra tese para apresentar aos jurados além da que já havia sido alegada, a inimputabilidade do réu, atitude que resultou no encerramento do julgamento.
O magistrado manteve a prisão preventiva do acusado até a data do novo Tribunal do Júri. Ele também pediu que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Marabá, fosse oficiada para apurar a conduta da defesa.
NOVA DATA
O novo julgamento de Josué Azeredo deve acontecer em 14 de novembro de 2024, quando ele será julgado por dois crimes: duplo homicídio consumado e dois crimes de homicídio tentado.
Em 3 de abril de 2022 o réu atirou contra Gleidy Saldanha Aguiar e Leiane Alves Gomes, que morreram no local (um bar no bairro Araguaia). Outros dois homens também foram baleados, Francisco Ferreira de Souza e Lourival José da Costa, eles foram socorridos e sobreviveram.
(Luciana Araújo)