Após prender dois acusados e identificar outros dois, a Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) de Marabá continua investigações para desarticular de uma vez por todas uma milícia armada que estaria aterrorizando camponeses na área chamada de PA Diamante, que fica na Fazenda Beira Rio, zona rural de Marabá, na fronteira com Itupiranga. Na operação foram presos os irmãos Cleiton Antônio Vieira Ramos e Rogério Antônio Vieira Ramos.
As prisões foram realizadas após a equipe policial receber a informação de que homens armados estavam ameaçando trabalhadores rurais e incendiando casas. Além disso, eles estariam expulsando assentados da área.
À frente da operação, o delegado Waney França Alexandre conversou com a Imprensa de Marabá na manhã de ontem (19) sobre o caso. Segundo o policial, quando a equipe chegou ao local indicado, foram avistados, ao menos, quatro homens armados na sede da Fazenda Beira Rio. Três dos homens correram com armas em punho, mas Rogério não conseguiu fugir e foi preso ali mesmo na sede. Os policiais iniciaram a perseguição a pé e ainda conseguiram pegar Cleiton.
Leia mais:Depois da prisão dos dois acusados, dentro da casa na sede, foi apreendido o documento de Reginaldo da Conceição Oliveira, que, de acordo com os dois presos, foi o terceiro homem que fugiu com um revólver e um rifle calibre 38. Foi apreendida também uma moto de cor preta, placa OTY 8050, que, de acordo com os presos, pertence ao quarto homem que estava portando um revólver e fugiu.
Ainda segundo o delegado Waney, as vítimas – os camponeses – reconheceram tanto os presos quanto os que fugiram (por foto) como integrantes do bando que vinha aterrorizando os trabalhadores rurais da área. Após realizar o reconhecimento, o delegado pediu à Justiça a conversão do flagrante em prisão preventiva, o que foi acatado pelo Poder Judiciário.
O delgado diz que foram feitos alguns boletins de ocorrência na delegacia de Itupiranga, que fica mais perto da área do que Marabá. O teor principal da denúncia é que os camponeses tinham 72 horas para deixar a área, sob pena de serem retirados na marra. De posse das denúncias, ele e sua equipe foram até o local.
Ainda de acordo com o delegado, as vítimas denunciaram que os pistoleiros foram contratados pelo dono da fazenda, o qual foi intimado e prestou depoimento na Deca, onde negou qualquer envolvimento no caso. Todavia as investigações continuam.
Um dos presos, Rogério Antônio, portava uma espingarda calibre 12, com sete munições e mais 25 cartuchos de calibre 12, além de três cartuchos de calibre 16 em uma sacola. Ele foi rendido enquanto tentava fugir pela porta dos fundos da sede da fazenda. O outro preso, Cleiton Antônio, foi flagrado com um revólver calibre 38 da marca Rossi com numeração pinada (adulterada) e 11 munições do mesmo calibre. (Chagas Filho)