Correio de Carajás

Deam registra três casos de violência contra a mulher em Marabá

A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher está localizada no Bairro Amapá, Av. Espírito Santo, 98

Durante o mês de novembro, Marabá vivencia uma programação importante para a população, sobretudo para as mulheres, os “16 dias de ativismo”, campanha voltada para o combate à violência contra elas. As atividades iniciaram dia 19 de novembro e finalizam em 10 de dezembro.

Paralelo a isso a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) recebe diariamente denúncias de violência doméstica. Na véspera (19) e no feriado da Consciência Negra e São Félix de Valois (20), pelo menos três casos foram registrados.

A dualidade dos fatos é um triste atestado da realidade vivenciada por incontáveis mulheres de Marabá, do Brasil e do mundo. O cenário de violência existe e persiste apesar dos movimentos, majoritariamente femininos, que buscam combatê-lo.

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Nos casos relatados nesta reportagem, para preservar a identidade das vítimas, os nomes dos suspeitos não serão citados.

ESPANCADA DENTRO DE CASA

O relato da Polícia Civil informa que era por volta de 19h40 de terça-feira (19) quando uma moradora da Folha 16, Núcleo Nova Marabá, foi arrastada pelos cabelos da cozinha de sua casa até a porta da frente. A violência foi praticada pelo ex-companheiro.

Horas depois do ocorrido, a mulher foi até a Deam e contou que tudo começou quando o homem leu uma mensagem de celular em que a vítima pediu abrigo para uma amiga. Ela desejava um lugar para ficar após a separação.

A partir desse momento, conforme narrado por ela, se seguiu uma série de atos violentos. Além de ser arrastada pelos cabelos, a mulher foi agredida com uma cadeira e teve seu celular e máquina de lavar danificados pelo ex. Ele chegou a empunhar uma faca contra ela. Para se defender, a mulher conseguiu chutar as pernas dele e usou um pedaço de madeira para acerta-lo nas costas e no rosto.

De acordo com o relato, o irmão do suspeito, que também estava no local, não fez nada para impedir ou separar a briga.

Em seu depoimento, a vítima explicou que conseguiu sair de casa e segurar o portão fechado. Graças à atitude, ela conseguiu manter o ex-companheiro e o irmão dele dentro da residência.

Na sequência, a mulher acionou a Polícia Militar (PM).

Essa não é a primeira vez que a vítima tenta se separar do suspeito de agressão por conta das ameaças de morte que recebia. Ele também seria usuário de cocaína, fator que que a deixava com ainda mais medo dele.

No início do relacionamento ele teria proibido a mulher de estudar e trabalhar. Ao registrar a ocorrência na Deam, a vítima solicitou medida protetiva de urgência.

OUTROS DOIS CASOS

No feriado (20) outras duas marabaenses foram vítimas de violência doméstica. Uma no bairro Liberdade e outra no Núcleo Nova Marabá. Uma das mulheres foi empurrada e estapeada pelo companheiro, e a outra, além de receber um tapa no rosto, foi ameaçada de morte.

Ambos os suspeitos foram levados para a Deam.

(Luciana Araújo, com informações da Polícia Civil)