📅 Publicado em 13/07/2025 13h10
Para se apresentar na noite deste domingo (13), a Quadrilha “Eita Junino”, de Roraima, vivenciou uma verdadeira peregrinação para a “Terra Prometida”. Saindo da capital Boa Vista, os 150 componentes viajaram mais de 15 horas de ônibus e outras tantas de avião para chegar até Canaã dos Carajás. Fundada há 28 anos, a junina roraimense superou essa odisseia para estar presente com sua estrutura completa e um espetáculo que homenageia a fé como expressão artística.
A logística da viagem foi complexa e o grupo foi o primeiro a chegar para a competição. Já em Canaã, na última quinta-feira, eles foram recebidos por “anjos” e levados para um clube da cidade, onde ficaram alojados. Lá, os colchões de ar estavam espalhados pelo chão, as roupas e indumentárias dominavam o espaço. Os brincantes se divertiam na piscina ou assistindo a um jogo do Flamengo na TV. Ainda que provisório, o espaço foi transformado em um lar.

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“A escolha da quadrilha foi muito em cima. Tivemos que sair de Boa Vista de ônibus até Manaus, uma viagem de até 17 horas, e de lá pegamos voos com escalas até Marabá e outro ônibus até Canaã”, conta Eli Cruz, um dos diretores.
Isso porque a escolha da representante de Roraima ocorre no concurso municipal de Boa Vista, ainda que haja também um estadual. “Os dois têm o mesmo nível, estrutura e critérios. Mas quem representa o estado oficialmente sai do municipal”, reforça Eli.
A delegação foi dividida em grupos que viajaram entre segunda (7) e quinta-feira (10), respeitando limitações de voos e compromissos pessoais dos brincantes. Parte da equipe, especialmente a cenográfica, saiu de Roraima cinco dias antes para garantir que tudo estivesse pronto na chegada do elenco. Para isso, foi fretado um caminhão que transportou toda a estrutura de cenografia, como ferragens e tecidos.

A operação foi um sucesso, e esta noite a Eita Junino leva para a arena 48 pares, além do casal de noivos, totalizando 50 duplas. Incluindo produção e equipe técnica, o grupo envolvido na viagem somou cerca de 150 pessoas. A magnitude da operação reflete também nos custos. “Somando tudo, desde o concurso municipal até o nacional, os gastos ultrapassam R$ 500 mil”, afirma Eli.
Felizmente, o apoio institucional e de patrocinadores locais tem sido fundamental. A junina recebe repasses do governo do Estado e da prefeitura para figurinos, cenografia e outras despesas. Conta, ainda, com empresários e parceiros que acreditam em seu trabalho.
E, nesta temporada, o tema faz jus a essa confiança. O grupo dança “A arte de quem vive da fé”, homenageando artesãos que expressam religiosidade por meio de imagens sacras, vitrais, rendas e tecidos.
“É muita gente envolvida, muita energia colocada em cada detalhe. Estar aqui, apesar de todas as dificuldades, é um sonho realizado”, finaliza Eli.