📅 Publicado em 20/10/2025 17h17✏️ Atualizado em 20/10/2025 17h21
Até onde a fé é capaz de levar um ser humano? No caso de João Emanuel, ela o conduziu, de joelhos, durante 14 horas e 24 minutos, percorrendo cerca de 6,5 quilômetros entre a Catedral Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Marabá Pioneira, e o Santuário Nossa Senhora de Nazaré, na Folha 16, Nova Marabá, no domingo (19), durante o Círio de Marabá.
Para cumprir a promessa feita à Virgem de Nazaré, ele escolheu um trajeto diferente do tradicional: sua caminhada foi pela Avenida Transmangueira. Ele partiu da Marabá Pioneira às 4h30 da manhã, três horas e meia antes do início da caminhada, e chegou ao Santuário às 18h54 da noite, sete horas após a berlinda.
Ao repórter Marcos Fabrício, da TV Correio, ele contou que não costumava participar do Círio, mas, desde que decidiu completar a romaria, passou a pagar promessas intercedendo por terceiros. Sua primeira promessa foi paga na corda e, desde aquele momento, seu principal pedido é em favor da missa do Apostolado Tridentino.
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“Eu sou um dos responsáveis por essa missa aqui em Marabá e sempre peço pela continuidade dela, que cresça cada vez mais. Sempre fiz esse pedido à Nossa Senhora e, graças a Deus, nos últimos anos, passamos de sete pessoas para cerca de 40 indo para a missa”, relata.
João caminhou ajoelhado sob o sol quente, enfrentando um calor de mais de 30 °C. Quatro amigos o acompanharam, oferecendo suporte físico e espiritual. Foram eles que o ajudaram a entrar no Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, apoiando seu corpo em um pedaço de madeira para que ele tivesse forças para seguir até o fim.
Em alguns trechos do percurso, outras pessoas também o auxiliaram, contribuindo para que ele completasse sua missão de fé: “Nossa Senhora fez a parte dela, agora eu preciso fazer a minha”.
João, o pagador de promessas de joelhos, pertence ao Apostolado Tridentino de Marabá, um movimento católico que busca promover e preservar a liturgia tradicional da Igreja Católica, especialmente a Missa Tridentina (também chamada de Missa em Latim ou Missa de São Pio V), celebrada conforme o rito romano anterior às reformas do Concílio Vaticano II (1962-1965).
Os membros do Apostolado Tridentino geralmente defendem a preservação de elementos como a celebração da Missa em latim, o padre voltado para o altar (de costas para os fiéis), o uso de paramentos tradicionais, o canto gregoriano e uma liturgia mais solene e ritualística.
“É um privilégio termos essa missa na nossa Diocese. Em um raio de 500 quilômetros, Marabá é a única cidade que tem a Missa Tridentina, então eu sempre faço a promessa relacionada a isso. Peço para que mais pessoas possam conhecer e participar do apostolado”, diz com confiança.
A promessa paga por João reflete tantas outras, de devotos igualmente conectados pela fé na intercessão de Nossa Senhora, esperançosos de que a mãe de Jesus os ajudará a alcançar suas graças.
