Correio de Carajás

Dado como morto, comerciante reaparece

Quatro pessoas teriam armado uma trama para roubar os bens e tirar a vida do comerciante Antonio Fernandes da Silva, de 56 anos. Eles o atraíram para um encontro amoroso na própria casa da vítima, com uma mulher por quem Antônio seria apaixonado. O plano seguiu conforme o combinado: no sábado (31), os criminosos invadiram a casa do comerciante, enquanto ele estava com a tal mulher, e o dominaram, o enforcaram e em seguida o jogaram em um matagal. Mesmo depois de presos, na tarde de ontem (2), os acusados negavam tudo, confiantes de que o corpo não seria achado. Ocorre que uma coisa saiu dos planos: por incrível que pareça, Antônio não morreu. Ele reapareceu à noite.

Por volta das 21h30, Antônio foi para a 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, levado por um dos filhos, para prestar depoimento sobre o caso e fazer o reconhecimento dos quatro acusados que foram presos na tarde de ontem pela guarnição do Posto Policial Destacado (PPD) de Morada Nova, composta pelos cabos Morais e De Oliveira e soldado William.

#ANUNCIO

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Por telefone, um filho da vítima, que pediu para não ser nominado, disse que seu pai se fingiu de morto e, depois de abandonado pelos criminosos, caminhou desnorteado pela mata, da noite de sábado, até ontem, quando chegou à Vila Espírito Santo, margeando a beira do Rio Tocantins. De lá, ele conseguiu ajuda e foi até a casa de uma filha dele, na Folha 22 (Nova Marabá), e só então foi à delegacia. O informante disse também que Antônio reconheceu os quatro acusados como as pessoas que tentaram contra sua vida.

Diante disso, a reportagem do Jornal Correio foi até a Seccional Urbana por volta das 23h de ontem, na esperança de falar com o sobrevivente e também com a delegada Raissa Beleboni, do Departamento de Homicídios, que passou o dia tomando depoimento dos acusados.

No momento em que a reportagem chegou à DP, a delegada estava reunida com sua equipe. Mas ela informou apenas que o comerciante já tinha aparecido, sem revelar maiores detalhes sobre o caso e explicando que somente na manhã desta terça-feira (2), às 9 horas, é que vai conversar com a Imprensa sobre o caso.

CRIME E PRISÃO

Cabo Morais, do PPD de Morada Nova, contou para a reportagem que foi procurado pelos familiares de Antônio, que denunciaram o desaparecimento dele e disseram desconfiar da mulher identificada como Valdirene Alves Ferreira, de 28 anos, com quem o comerciante teria um envolvimento amoroso, mas ela teria um namorado, um adolescente infrator.

De posse da informação, os policiais seguraram logo Valdirene e do tal namorado. De acordo com o cabo Morais, ao ser questionado sobre o sumiço de Antônio, o adolescente confessou a trama para roubar o comerciante.

Segundo ele, Valdirene marcou um encontro na própria casa da vítima, mas ela não foi só: levou mais dois comparsas. Diante disso, a guarnição foi atrás destes outros dois elementos (um menor de idade e outro adulto). Eles foram levados para a 21ª Seccional Urbana, com apoio do Grupo Tático Operacional (GTO).

Ainda de acordo com o cabo Morais, o adolescente que seria namorado de Valdirene, embora tenha confessado a trama toda, disse não ter participado efetivamente da morte do comerciante. Segundo ele, apenas os outros dois comparsas e Valdirene estavam no local.

O comerciante teria sido enforcado e depois eles o jogaram em um matagal no limite do bairro com uma fazenda, dando-o como morto. Mas o aparecimento da vítima pegou de surpresa os criminosos. 

Saiba Mais

Sem as informações que só poderiam ser passadas pela autoridade policial, seguem ainda as dúvidas a respeito do caso que mobilizou o principal departamento da Polícia Civil em Marabá e agitou a opinião pública, inclusive com realização de protesto por parte dos moradores do Residencial Tiradentes, que ameaçaram ocupar a rodovia BR-222, onde fica o bairro, caso os acusados fossem soltos.

 

 (Chagas Filho com informações de Evangelista Rocha e Josseli Carvalho)

Fotos: Divulgação

Quatro pessoas teriam armado uma trama para roubar os bens e tirar a vida do comerciante Antonio Fernandes da Silva, de 56 anos. Eles o atraíram para um encontro amoroso na própria casa da vítima, com uma mulher por quem Antônio seria apaixonado. O plano seguiu conforme o combinado: no sábado (31), os criminosos invadiram a casa do comerciante, enquanto ele estava com a tal mulher, e o dominaram, o enforcaram e em seguida o jogaram em um matagal. Mesmo depois de presos, na tarde de ontem (2), os acusados negavam tudo, confiantes de que o corpo não seria achado. Ocorre que uma coisa saiu dos planos: por incrível que pareça, Antônio não morreu. Ele reapareceu à noite.

Por volta das 21h30, Antônio foi para a 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, levado por um dos filhos, para prestar depoimento sobre o caso e fazer o reconhecimento dos quatro acusados que foram presos na tarde de ontem pela guarnição do Posto Policial Destacado (PPD) de Morada Nova, composta pelos cabos Morais e De Oliveira e soldado William.

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Por telefone, um filho da vítima, que pediu para não ser nominado, disse que seu pai se fingiu de morto e, depois de abandonado pelos criminosos, caminhou desnorteado pela mata, da noite de sábado, até ontem, quando chegou à Vila Espírito Santo, margeando a beira do Rio Tocantins. De lá, ele conseguiu ajuda e foi até a casa de uma filha dele, na Folha 22 (Nova Marabá), e só então foi à delegacia. O informante disse também que Antônio reconheceu os quatro acusados como as pessoas que tentaram contra sua vida.

Diante disso, a reportagem do Jornal Correio foi até a Seccional Urbana por volta das 23h de ontem, na esperança de falar com o sobrevivente e também com a delegada Raissa Beleboni, do Departamento de Homicídios, que passou o dia tomando depoimento dos acusados.

No momento em que a reportagem chegou à DP, a delegada estava reunida com sua equipe. Mas ela informou apenas que o comerciante já tinha aparecido, sem revelar maiores detalhes sobre o caso e explicando que somente na manhã desta terça-feira (2), às 9 horas, é que vai conversar com a Imprensa sobre o caso.

CRIME E PRISÃO

Cabo Morais, do PPD de Morada Nova, contou para a reportagem que foi procurado pelos familiares de Antônio, que denunciaram o desaparecimento dele e disseram desconfiar da mulher identificada como Valdirene Alves Ferreira, de 28 anos, com quem o comerciante teria um envolvimento amoroso, mas ela teria um namorado, um adolescente infrator.

De posse da informação, os policiais seguraram logo Valdirene e do tal namorado. De acordo com o cabo Morais, ao ser questionado sobre o sumiço de Antônio, o adolescente confessou a trama para roubar o comerciante.

Segundo ele, Valdirene marcou um encontro na própria casa da vítima, mas ela não foi só: levou mais dois comparsas. Diante disso, a guarnição foi atrás destes outros dois elementos (um menor de idade e outro adulto). Eles foram levados para a 21ª Seccional Urbana, com apoio do Grupo Tático Operacional (GTO).

Ainda de acordo com o cabo Morais, o adolescente que seria namorado de Valdirene, embora tenha confessado a trama toda, disse não ter participado efetivamente da morte do comerciante. Segundo ele, apenas os outros dois comparsas e Valdirene estavam no local.

O comerciante teria sido enforcado e depois eles o jogaram em um matagal no limite do bairro com uma fazenda, dando-o como morto. Mas o aparecimento da vítima pegou de surpresa os criminosos. 

Saiba Mais

Sem as informações que só poderiam ser passadas pela autoridade policial, seguem ainda as dúvidas a respeito do caso que mobilizou o principal departamento da Polícia Civil em Marabá e agitou a opinião pública, inclusive com realização de protesto por parte dos moradores do Residencial Tiradentes, que ameaçaram ocupar a rodovia BR-222, onde fica o bairro, caso os acusados fossem soltos.

 

 (Chagas Filho com informações de Evangelista Rocha e Josseli Carvalho)

Fotos: Divulgação