Descontrole das dívidas, do acerto com fornecedores que são da cidade e que dependem da relação com a Prefeitura para reinvestir em estoque, em estrutura e gerar empregos. Este é o governo que vinha operando Adonei Aguiar até o seu afastamento determinado pela Justiça. Mas se por um lado, a saída temporária dele do poder estanca os malfeitos de que é acusado, de outro permanece o prejuízo desses fornecedores que já não sabem a quem recorrer.
O desespero e revolta são tamanhos, que um grupo decidiu não esperar calado. Um carro de som circula pelas ruas de Curionópolis, convocando os credores para que todos se reúnam na residência do ex-secretário de Obras, Francisco Antônio dos Santos Costa (Quixadá) para tentar receber. No anúncio o ‘locutor’, que é dono de provedor de internet, conta ter mais de um ano sem “ver a cor do dinheiro”.
Ainda no áudio do convite feito pelo empresário e pastor evangélico Júnior Adolfo e veiculado no carro de som, é revelado que Adonei Aguiar não recebia os fornecedores na Prefeitura e “era uma enrolação danada”; motivo que, reforça para que todos possam comparecer na casa do ex-secretário para cobrar o que lhes é devido.
Leia mais:Ainda segundo Júnior, vários credores estão há quase dois anos sem receber, entre eles, proprietários de imóveis alugados para a prefeitura.
AFASTADO POR FRAUDE
No último dia 11 de agosto, o prefeito de Curionópolis, Adonei Aguiar, foi novamente afastado do cargo, por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou seguimento a habeas corpus, com prejuízo de liminar anterior, deferida em 20 de julho pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que havia reconduzido Aguiar à administração municipal.
Adonei é acusado dos crimes de fraude em procedimento licitatório, falsidade ideológica e crime de responsabilidade consistente em desvio de rendas públicas. De acordo com o Ministério Público do Estado do Pará, as irregularidades teriam ocorrido em procedimento licitatório para contratação da empresa para prestação de serviço de engenharia de manutenção e recuperação da estrutura física de imóveis do município.
Em 16 de março deste ano ele foi afastado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará por 180 dias, prazo que se encerra em setembro. Ele sofreu duas derrotas no Superior Tribunal de Justiça antes de recorrer ao STF. A decisão do ministro Edson Fachin foi expedida na última sexta-feira (7), quando determinou, ainda, a comunicação com urgência do TJPA, para imediato cumprimento.
Em fala ao portal Pebinha de Açúcar, de Parauapebas, Adonei disse não ter dívida alguma com o provedor de internet citado. Mas o empresário mantém a afirmação que sim, acompanhado de muitos outros empreendedores que prometem ir fundo para receber os atrasados. (Da Redação / com informações de Pebinha de Açúcar)