Correio de Carajás

“Cruzamento da morte”, enfim, muda de sentido em Marabá

O acesso a esta rua, pela rodovia Transamazônica, causou muito acidentes e agora está alterado - Fotos: Evangelista Rocha
Por: Kauã Fhillipe

O trecho que dá acesso à Folha 31, no cruzamento com a Rodovia Transamazônica, é velho conhecido de quem passa diariamente pelo local. O fluxo intenso, a depressão no nível da pista e o hábito dos condutores de utilizar o acesso como mão dupla transformaram a área em um ponto recorrente de colisões, inclusive com mortes. Para reduzir esses riscos, o Departamento Municipal de Trânsito Urbano (DMTU) implantou uma mudança simples, mas considerada fundamental para a segurança: a via agora passa a ser exclusivamente de mão única, permitindo apenas a saída de veículos em direção à BR-230.

Segundo o secretário de Segurança Institucional, coronel Denner Favacho, a decisão foi tomada após constatações frequentes de acidentes causados por motoristas que atravessavam a rodovia para acessar a Folha 28. “Aquele retorno fica no final de uma depressão. Quando o condutor cruzava a pista para chegar à 28, aconteciam colisões entre os carros que vinham na BR e os que tentavam atravessar”, explicou. Ele afirma que a mudança obriga o motorista a seguir o fluxo natural da Transamazônica e fazer o retorno mais à frente, reduzindo consideravelmente o risco. “É uma medida simples, mas que vai preservar muitas vidas”, reforça.

Cel. Favacho – Coronel Favacho: “O público já estava acostumado com o antigo acesso. Por isso, o DMTU vai manter agentes no local por cerca de 60 dias”

Favacho destaca que a mudança será acompanhada por orientações contínuas. “O público já estava acostumado com o antigo acesso. Por isso, o DMTU vai manter agentes no local por cerca de 60 dias, além das placas e marcações horizontais, para evitar que alguém entre na contramão”, afirma o secretário. Ele reforça que o objetivo central é garantir segurança a quem transita pela área. “O que está sendo feito ali é para facilitar o fluxo e preservar vidas. Basta respeitar a sinalização”.

Leia mais:

Além da visão técnica, quem usa aquele trecho também sente diariamente o impacto das imprudências cometidas por motoristas. A atendente Sandra Bitencourt, que passa pelo local há cerca de um ano, relata momentos de tensão. “Falta muito respeito. Quando você está numa bicicleta ou a pé, parece que não tem valor. Muitas vezes eu me livrei da morte aqui, porque os carros simplesmente invadem a ciclovia”, conta. Ela afirma que quem se desloca sem proteção fica exposto a todo instante. “Pedestre e ciclista não têm chance. Quando a gente faz o cruzamento ali na frente, é praticamente entregar a vida na mão de Deus”.

Sandra lembra que situações de risco acontecem tanto no retorno quanto na própria entrada para a via. “A gente nunca sabe se pode passar. O motorista vem forte, muda de lado do nada e, se não prestar atenção, somos nós que pagamos. A razão sempre acaba ficando para eles, e quem está a pé ou de bicicleta é visto como se não tivesse direito nenhum”, lamenta. Para ela, é urgente que qualquer medida de segurança seja respeitada, principalmente por quem conduz veículos maiores.

Com a alteração promovida pelo DMTU, a expectativa é que a quantidade de acidentes diminua e que o trecho deixe de ser lembrado como ponto de risco. Fica o alerta para quem transita pela região: respeitar a sinalização e reduzir a velocidade é fundamental para as boas práticas no trânsito.