Correio de Carajás

Crônica Ouriço Cheio vira canal no Youtube com foco em histórias de Marabá

Com 24 anos de atuação no jornalismo e cinco livros publicados, o jornalista Ulisses Pompeu, do Portal Correio de Carajás, lançou nesta sexta-feira, 31 de julho, um canal no Youtube. O espaço ganhou o nome “Ouriço Cheio”, bastante popular no Jornal e Portal Correio, onde ele escreve crônicas às quintas-feiras.

Todavia, no canal, Ulisses Pompeu se propõe a contar o que chama de “histórias da nossa história”, ou seja, de Marabá e região. Segundo ele, a ideia é publicar um vídeo por semana – a cada sexta-feira, contando fatos pitorescos e desconhecidos para grande parte dos moradores locais.

Filho de marabaenses, Ulisses Pompeu nasceu no fim do ciclo da castanha e início do mineral, presenciando uma explosão demográfica sem precedentes na história regional, a partir da descoberta do garimpo de Serra Pelada.

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Mas, o tema que escolheu para iniciar o canal foi a descoberta de minério em Carajás. Na verdade, em Marabá, já que toda a região pertencia a este município até meados de 1980.

Segundo Ulisses Pompeu, o Ouriço Cheio foi projetado para ser lançado propositalmente na data de 31 de julho, quando se comemora 53 anos de descoberta da mina de Carajás, pelo geólogo Breno Santos.

Aliás, no primeiro vídeo, o jornalista brinca com dois personagens, mostrando primeiro a foto de seu filho (Breno Santos), de apenas 26 anos de idade, e depois do Breno Augusto Santos. “Resolvi fazer isso e em poucas horas de vídeo no Youtube, muita gente já me passou mensagem perguntando se o nome do meu filho é em homenagem ao geólogo que descobriu a província mineral de Carajás. Na verdade, não. É coincidência mesmo, embora o Breno Santos Pompeu tenha hoje, praticamente a mesma idade do geólogo paulista em 1967, quando descobriu Carajás.

Geólogo Breno Santos no dia da descoberta de Carajás, em 1967, em Marabá

De uma forma divertida, Ulisses Pompeu narra a saga dos homens que atuaram na descoberta de Marabá e fala do trabalho coadjuvante de vários marabaenses, como o pai dele, Francisco Pompeu, que atuou como piloto de barco e gerente de uma fazenda da Meridional, a empresa que fazia sondagens na região dos rios afluentes do Itacaiunas.

Como o assunto é longo, Ulisses dividiu em dois episódios e promete contar o próximo na primeira semana de agosto. “Tive acesso ao acervo particular de fotos de Breno Santos, o qual tem fotos inéditas de Marabá, a partir de 1967. Também há imagens de Serra Pelada, já que ele foi gerente da Docegeo naquele garimpo”, conta.

Ao colega do portal, ele contou um episódio que acabou ficando de fora do vídeo de lançamento. Demósthenes Azevedo Filho, o Demostinho, avô do deputado estadual Wenderson Azevedo Chamon, o Chamonzinho, dono do Castanhal Cinzento, recebeu em sua casa, em Marabá, uma equipe que representava a Meridional. Eles queriam autorização para utilização da pista de pouso de avião no Cinzento, localizado próximo ao Rio Cinzento, afluente do Itacaiunas. Seria uma posição estratégica para, de lá, alcançar serras mais altas na região de Carajás e encontrar vegetação de canga, onde certamente poderia haver minério na superfície.

Demostino negou-se a permitir o uso de sua pista de pouso e disse que, caso insistissem, mandaria seu capataz expulsá-los de lá. “Depois que deixaram o local, um dele se ofereceu ao geólogo Breno Santos a dar um fim em Demostino. Mas este não permitiu uso de violência e foi ele mesmo realizar a negociação. E conseguiu o que pretendia, com aluguel da pista para pousar aviões. Dias depois de utilizarem essa pista, ocorreu a descoberta de Carajás”, conta Ulisses.

Segundo o jornalista, abrir o canal no Youtube foi uma ideia de amigos, fortalecida por comentários de leitores da crônica Ouriço Cheio. Conteúdo temos bastante. O grande dilema é tempo para gravar e editar. Há algumas pessoas envolvidas neste processo, como o próprio Breno Pompeu, que coordena a editoração do conteúdo”, explica.

Quem quiser assistir ao primeiro episódio, pode acessar o link: https://www.youtube.com/watch?v=m8NpaMm-NAk ou realizar busca no Youtube com o termo “Ouriço Cheio”. (Luciana Marschall)