📅 Publicado em 02/09/2025 16h29
A advogada criminalista Cristina Alves Longo reassumiu a defesa de Willian Souza, após ter sido destituída do caso pela juíza Alessandra Rocha no último júri, iniciado e posteriormente cancelado em agosto. Com a recondução, Cristina volta a atuar de forma exclusiva em um processo que mobilizou todo o município e a região.
Como já havia adiantado em entrevistas, a advogada confirmou que pedirá o desaforamento do processo, medida que pode transferir o julgamento do réu para outra comarca, fora de Marabá.
O próximo júri está marcado para o dia 17 de novembro e será conduzido pela magistrada Alessandra Rocha da Silva Souza, presidente do Tribunal do Júri de Marabá.
Leia mais:PRIMEIRO JULGAMENTO CANCELADO
O julgamento do tatuador William Araújo Souza, acusado de matar Flávia Alves Bezerra em 15 de abril de 2024, foi interrompido no dia 7 de agosto, no Fórum da Comarca de Marabá após a advogada de defesa Cristina Longo abandonar o plenário do júri popular. Em entrevista posterior, a defensora explicou os motivos que a levaram à decisão drástica e anunciou sobre o pedido de desaforamento.
Segundo Cristina, dois fatores principais motivaram a saída do tribunal: uma oratória sobre feminicídio feita pela magistrada na abertura do julgamento, que considerou inadequada para o momento, e também o que classificou como cerceamento de defesa com o indeferimento de provas documentais.
A defensora também denunciou o que considera uma violação dos direitos de defesa do réu. Segundo ela, provas documentais baseadas no artigo 479 do Código de Processo Penal foram indeferidas, mesmo tendo sido apresentadas dentro do prazo estabelecido.
RELEMBRE O CASO
Flávia desapareceu na madrugada de 15 de abril de 2024, após sair de um bar no Núcleo Nova Marabá, em Marabá. Ela foi vista pela última vez entrando no carro de Will, seu colega de profissão. Familiares da vítima afirmam que o tatuador mantinha uma obsessão não correspondida pela jovem.
O desaparecimento foi registrado dois dias depois, em 17 de abril, e a Polícia Civil iniciou as investigações. Em 25 de abril, foi deflagrada a Operação Anástasis, com apoio dos núcleos de investigação de Marabá e Tucuruí. No mesmo dia, Willian e sua esposa, Deidyelle de Oliveira Alves, foram presos. Ela é acusada de participar da ocultação do corpo. A identificação dos suspeitos foi possível graças à análise de imagens de câmeras de segurança, perícias no veículo utilizado por Will e outros recursos técnicos.
Ainda na noite de 25 de abril, o corpo de Flávia foi localizado em uma cova rasa, na zona rural entre Jacundá e Nova Ipixuna, a cerca de 100 km de Marabá. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a jovem foi morta por estrangulamento. Também foi realizada busca e apreensão no SUV T Cross, veículo supostamente usado no crime. A perícia indica que o assassinato ocorreu dentro do carro.
O inquérito foi concluído em agosto de 2024 e encaminhado ao Ministério Público. Willian foi denunciado por homicídio qualificado, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Já Deidyelle responde por ocultação de cadáver e fraude, mas está em liberdade desde 25 de maio de 2024.