Correio de Carajás

Criança de dois anos é condenada à prisão perpétua na Coreia do Norte por pais terem uma Bíblia

Sob o comando de Kim Jong-un, país tem 70 mil pessoas, incluindo cristãos e indivíduos de outras religiões, detidas, segundo Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2022

Documento alega que a criança e toda a família foram presos devido às suas crenças religiosas (Imagem ilustrativa / The U.S. National Archives via Picryl)

Após ter sido encontrada uma bíblia na casa de seus pais, uma criança de dois anos teria sido condenada a uma pena de prisão perpétua na Coreia do Norte, sob o comando de Kim Jong-un. A informação é do Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2022, do Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA). O documento alega que a criança e toda a família foram presos devido às suas crenças religiosas.

O relatório aponta ainda que cerca de 70 mil pessoas, incluindo cristãos e indivíduos de outras religiões, estão detidas na Coreia do Norte devido à perseguição religiosa. Divulgado pelo The Mirror, o documento reporta outro tipos de castigos. Entre eles consta a execução de uma mulher e do seu neto, em 2011.

Segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, “o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião [na RPDC] também continua a ser negado, sem sistemas de crença alternativos tolerados pelas autoridades”, afirmou, descrevendo o que a Coreia do Norte comete contra a liberdade religiosa nos últimos anos.

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A ONU mostra que as restrições de viagens impostas devido à pandemia da covid-19 reduziram as informações sobre a perseguição religiosa, o que piorou a verificação de detalhes sobre os casos de abuso. Mas, o Departamento de Estado americano afirmou ter confirmado os detalhes do relatório com base em informações de Organizações Não Governamentais (ONGs), grupos de direitos humanos e a própria ONU.

Algumas instituições registradas, como igrejas, existem especialmente na capital coreana, Pyongyang, mas os visitantes relatam que o templo “operava sob rígido controle do Estado e funcionava em grande parte como uma vitrine para estrangeiros”, aponta o relatório. O Departamento de Estado também afirmou que é difícil quantificar o alcance e o número de igrejas subterrâneas ou secretas.

Informações de desertores dão conta de que o governo norte-coreano, onde a liberdade religiosa praticamente não existe, encoraja os cidadãos a denunciarem qualquer pessoa envolvida em atividades religiosas não autorizadas ou que possua materiais religiosos, como a Bíblia.

(Fonte: O Liberal)