A ação da bandidagem sempre está buscando novas formas de crime. Em Parauapebas, a onda agora é roubo da peça ECM (Módulo de Controle Eletrônico) de motos com injeção eletrônica, sendo a POP 100 o alvo preferido dos bandidos, por ter pouca carenagem e ser mais fácil subtrair a peça, que é responsável pelo funcionamento de motores com injeção eletrônica.
O número de roubos da peça disparou nos últimos meses, ao ponto de ela estar faltando na revendedora autorizada da marca Honda na cidade. O caso já está sendo investigado pela polícia.
Segundo o delegado Felipe Oliveira, está sendo feito o levantamento para se chegar nos autores dos furtos e também em quem está comprando essas peças para revender no mercado clandestino, já que esse dispositivo só é vendido na revendedora autorizada. Ele avisa que tanto os ladrões como os receptadores serão autuados pelo crime.
Leia mais:Ele lembra que a pena para furto é de até quatro anos de prisão e para receptação até 8 anos de reclusão. O delegado pede a quem foi vítima ou tem qualquer informação que possa ajudar nas investigações, que procure a 20ª Seccional de Urbana para registrar ocorrência ou passar a informação, assim como podem fazer a denúncia pelo número 181, do Disk Denúncia, ou mesmo procurar um policial e passar os detalhes, que serão investigados.
“Precisamos do máximo de informações possíveis para chegar até os autores do crime e os receptadores”, pede o delegado.
Vítima do furto da peça, Lenivaldo Santos está desde domingo a pé. Ele conta que deixou sua moto POP 100 estacionada na frente da casa de um colega e foi para quintal, onde estavam se divertindo.
Ao ir para casa, ligou a moto, mas ela não pegou mais. Ele levou o veículo no dia seguinte em uma oficina, onde foi constatado o roubo da peça, que custa R$ 725,00 na revendedora autorizada.
“Eu não tenho esse dinheiro agora para comprar a peça e o jeito é ficar a pé, até consegui comprar”, lamenta.
O roubo da peça está levando os donos de moto com injeção eletrônica a fazer adaptações que dificultem a ação dos ladrões. Essa “engenhoca” é feita em oficinas da cidade, que cobram uma média de R$ 30,00 a R$ 40,00.
Segundo o mecânico Nilson de Sousa Coelho, essa adaptação deixa camuflada a peça e torna mais difícil o roubo rápido dela, como acontece na POP 100, que tem pouca carenagem. Ele diz que nos últimos dias cresceu o número de dono de moto que está procurando informação sobre essa adaptação ou mandando fazer o serviço.
A grande demanda pela peça por conta dos roubos esvaziou o estoque da revendedora autorizada em Parauapebas. Segundo o supervisor Gecivaldo Pereira de Sousa, um novo estoque da peça já foi solicitado.
Ele informa que os pedidos feitos demoram em média de 10 a 20 dias para chegar. O supervisor explica que o módulo é uma peça fundamental para o funcionamento de motores com injeção eletrônica.
É essa peça que recebe todas as informações dos sensores eletrônicos, como o sensor de posição do acelerador, da quantidade de combustível que está sendo injetada na câmara de combustão, da temperatura do motor e temperatura do óleo. “Todas essas informações dos sensores são direcionadas ao módulo. É como se fosse um computador, que faz a análise desses sensores e libera o combustível para o motor”, explica.
O supervisor observa que toda linha de moto da Honda, de baixa e alta velocidade, que está saindo agora de fábrica já é toda com injeção eletrônica. A medida foi adotada pela fabricante em obediência a Lei Ambiental no combate a poluição.
No caso específico da POP 100, o alvo preferido dos ladrões para o roubo da peça, ele diz que a moto foi projetada para ter baixo custo e, por isso, tem pouca carenagem. Com isso, os criminosos conseguem furtar com mais rapidez a peça, que fica embaixo da carenagem. (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)