Correio de Carajás

Cresce número de influenciadores digitais na pós-pandemia

Eles são vistos como estratégia de marketing para alavancar vendas nas redes sociais, principalmente em período pós pandêmico

“Eu me reinventei, a pandemia me mostrou o quanto a internet pode ser explorada”

O período de pandemia no Brasil, bem como o tempo de isolamento social em que passamos, por conta da covid-19, provocou maior número de acessos às redes sociais, se tornado o único meio pelo qual conseguimos nos conectar com o mundo e com as pessoas. A partir disso, novos influencers começaram a surgir, como também o aumento de visibilidade para muitos empreendimentos. Um novo universo de oportunidades iniciou depois que pessoas comuns puderam gravar seu dia a dia, passando a ganhar likes, visualizações e compartilhamentos.

Em busca de informação, conteúdo e entretenimento, os usuários desses aplicativos ajudaram a consolidar muitos influenciadores que hoje atuam como digital influencers. Segundo o estudo realizado pela empresa especializada em marketing de influência, denominada Squid, o número de engajamento dos usuários no Instagram aumentou consideravelmente com a chegada do vírus da covid-19 ao Brasil. O crescimento foi de 24% na taxa de engajamento e 27% no que diz respeito ao alcance da ferramenta de stories da rede, sendo comprovado através de comparativos com o mesmo período sem pandemia.

Atualmente, os brasileiros formam a terceira população que passa mais tempo conectada à internet, sendo 10,19 horas contra 6,58 horas da média global. Em relação ao tempo conectado, o Brasil só perde para a África do Sul e Filipinas, segundo o relatório Digital 2022. Paralelo a isso, muitas empresas utilizam a internet e os influenciadores como aliados, pois além de ajudar a impulsionar as vendas, auxiliam no conhecimento dos produtos, sendo assim, uma estratégia de crescimento.

Leia mais:

O aumento das vendas online no decorrer dos últimos anos também foi significativo. No ano de 2020, mesmo diante da pandemia, o Brasil registrou recorde de vendas, com um número de R$87 bilhões em comercialização no ano, de acordo com o relatório “Webshoppers” da Ebit Nielsen.

Juliana Oliveira é influenciadora digital na cidade de Rondon do Pará. Ela conta que começou a produzir vídeos para o Instagram em abril de 2021. “Eu me reinventei, a pandemia me mostrou o quanto a internet pode ser explorada”. A influencer atuava como secretária em uma escola de informática, e no meio da pandemia saiu da empresa para vender roupas em casa, criando sua própria loja online. Para ela ser uma digital influencer é um trabalho que requer dedicação e constância. “Você precisa se doar muito, e trabalhar 24 horas por dia. Além de ser um trabalho intenso, você só faz se realmente gostar” completa.

A influenciadora relata também que alcançou muitos lugares por meio do seu trabalho com a internet neste período. “Conhecimento tanto pessoal, quanto nas redes sociais, além de liberdade geográfica”. Por fim, Juliana diz se sentir realizada em poder fazer parcerias com grandes nomes de empreendimentos da cidade.

Taís Martins também mora em Rondon do Pará. É maquiadora e utiliza o Instagram como ferramenta de trabalho.  Ela conta que começou a atuar na internet no final de 2019, mas dedicou-se à produção de conteúdo em 2020. “Eu era estudante e não trabalhava fora, hoje considero o trabalho da internet como qualquer outro, pois temos que nos dedicar diariamente, produzindo conteúdo na ferramenta” explica.

Tais Martins vê o trabalho que desenvolve como uma oportunidade de fazer redes de contato, conhecer novas pessoas e empresas

A influencer comenta sobre o grande fluxo de visualizações que seu perfil recebeu durante o período pandêmico. “As pessoas migraram para o mundo digital buscando se adaptar às ordens de isolamento e isso fez com que nosso trabalho fosse mais valorizado”. Tais vê o trabalho que desenvolve como uma oportunidade de fazer redes de contato, conhecer novas pessoas e empresas.

Como resposta a esse aumento significativo de influenciadores, nasce uma geração de propostas de grande a pequenas empresas, onde são desenvolvidos divulgação de lojas e marcas. Além disso, aumenta a geração de renda própria que oferece liberdade financeira a esses jovens influenciadores.

Erika Queiroz empreende há três anos na cidade de Rondon do Pará. Proprietária de uma loja física de moda feminina, ela também conta com o trabalho das digitais influencies da cidade. “Com a divulgação, meu produto chega para um maior número de pessoas e isso é maravilhoso para minha loja”, avalia. Além de dar visibilidade, essa interação também é vista como uma estratégia de marketing, um método que para ela vem dando certo. “Sem dúvida, um ótimo método para subir as vendas” finalizou.

A microempreendedora Elziane Costa começou seu negócio há um ano, e conta que montou a loja em sua própria casa, mas para expandir as vendas também contrata os serviços de influenciadores digitais. “Sempre que faço isso, aparecem clientes novas, e para mim é vantajoso, pois tenho um retorno positivo nas vendas e desenvolvo o meu negócio”, completa. (Mauremila Andrade)