Correio de Carajás

Cratera antiga envergonha o DNIT na saída de Marabá

O responsável pelo DNIT em Marabá afirma que o desvio é provisório. A imensa depressão ao lado de um precipício já tem mais de um ano e nenhuma solução

Chapista Vanderlei Neres questiona DNIT sobre o prazo para execução da obra de recuperação da pista

Aniversário e datas especiais são sempre motivos para comemorações. Porém, em alguns poucos casos, essas recordações causam revolta, como é o caso da cratera na Rodovia Transamazônica, entre o Núcleo Nova Marabá e o loteamento Cidade Jardim.

O buraco já recebeu diversos trabalhos de “recuperação”, mas sem sucesso. Apresentando perigo aos motoristas e passageiros que transitam pelo perímetro diariamente, a cratera parece ter sido “aceita” pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) que aumentou o lado oposto da pista, fazendo um desvio e sinalizando a pista com uma curva para mostrar que ali tem uma cratera.

O alargamento da outra via e a pintura no asfalto mostram que a cratera já faz parte da Transamazônica e que o Departamento só minimizou o grave problema enfrentado por quem passa pelo local, considerado uma das principais ligações entre as regiões Norte e Nordeste do país.

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Placa colocada há mais de um ano anunciou o perigo, que nunca foi solucionado a poucos metros do trevo do Km 6

Além do perigo que o buraco causa – ele está cada dia maior e mais fundo – o trânsito no local fica completamente congestionado nos horários de pico.

O Correio de Carajás entrou em contato com Jairo Rabelo, responsável pelo DNIT em Marabá. À reportagem, ele informou que o desvio é provisório. “O problema é que os recursos financeiros foram escassos para a execução da obra de decomposição daquele ponto. Estamos buscando uma rubrica extra para executar”, disse.

Em abril de 2018, um outro trecho ali próximo da Associação Atlética do Banco do Brasil, uma cratera se abriu pela primeira vez. Na ocasião, o DNIT informou que seria retirado o material que estava erodindo, sendo substituído por um novo material, para então realizar a compactação necessária para o encaixe das camadas. Logo depois seria feito o sistema de drenagem com valetas de proteção e hidrossemeadura para fortificar o terreno contra novas erosões.

Na época, Rabelo contou que o trabalho de recuperação do trecho demorou devido a um aditivo de volume orçamentário, pois o desmoronamento não era algo previsto nas obras de rotina do órgão.

O perímetro da rotatória do KM 6 até o loteamento Cidade Jardim está cheio de buracos, e não é de hoje.

Será que nesse período todo o DNIT ainda não conseguiu incluir o aditivo no orçamento do órgão?

Bom, a cratera continua, o desvio também. E os motoristas seguem se arriscando ao passar pelo local.

Vanderlei da Silva Neres, chapista que trabalha na rotatória do Km 6, a poucos metros da cratera, diz que todos os dias vê situações que quase provocam graves acidentes no local. Ele sabe que a responsabilidade é do DNIT e lembra quando trabalhadores da instituição colocaram placas de advertência próximo ao local, prometendo resolver o problema quando o inverno passasse. “Mas o inverno acabou, veio o verão, que também terminou. Começou o inverno de novo. E agora, qual é a desculpa”, questiona.

E não é só naquele ponto. Ao longo de mais de 8 km na BR-155, entre o KM 6 e o Distrito Industrial, outras crateras também com demarcação do DNIT têm mais de três anos e nenhuma solução. (Ana Mangas e
Ulisses Pompeu)