Correio de Carajás

CPI da Vale chega a Marabá e deputados vão às instalações da mineradora

O vice-presidente da CPI, Carlos Bordalo (PT), o presidente Eraldo Pimenta (MDB) e o relator Igor Normando (Podemos)/ Foto: Evangelista Rocha

Iniciou por Marabá nesta quarta-feira, 23, uma série de diligências nas instalações da mineradora Vale no Estado. A ação faz parte do cronograma do plano de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que foi instalada no dia 26 de maio deste ano na Assembleia Legislativa do Pará.

Percorrendo três municípios da região, os deputados membros da comissão visitam Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás.

Para a CPI, foram nomeados o deputado Eraldo Pimenta (MDB) para presidente, Carlos Bordalo (PT) para vice-presidente e Igor Normando (Podemos) como relator.

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A comissão também é composta pela deputada Cilene Couto (PSDB), deputado Miro Sanova (PDT) e o deputado Eliel Faustino (DEM).

Com o intuito de conhecer o processo de produção, instalações e segurança das barragens, os deputados pretendem conseguir o maior número de informações para que possam fazer, ao término do trabalho, os relatórios e encaminhamentos necessários.

“Não estamos aqui para denegrir ou atacar a Vale, que é uma empresa que gera emprego e renda ao Pará. Nosso questionamento e averiguação são baseado sobre o que os especialistas dizem. No primeiro trimestre, a Vale lucrou R$ 30 bilhões líquido. É uma das empresas mais valiosas e a sociedade questiona sobre isso”, argumenta o presidente da CPI, deputado Eraldo Pimenta.

Segundo Bordalo, a CPI busca defender os interesses do povo paraense. Com isso, desejam investigar sobre os projetos estruturantes que estão sendo desenvolvidos pela empresa no âmbito econômico e de atendimento coletivo à população.

Ao CORREIO, os deputados explicaram sobre a necessidade de uma revisão nos procedimentos tributários e ambientais.

“Nossa intenção não é só colher informações sobre o processo de extração do minério e os tributos, mas conversar com aqueles que são afetados pela exploração, como a população pobre, que muitas vezes acaba sendo mais prejudicada”, explica Igor Normando, relator da CPI.

Em Marabá, os deputados visitaram, nesta quarta-feira, o Pátio Ferroviário da mineradora Vale, além da antiga planta da Ferro Gusa Carajás, que está sendo desmobilizada para implantação de uma outra guseira, que terá como fonte energética a tecnologia conhecida como Tecnored.

Na quinta-feira, 24, as visitas ocorrem em Parauapebas e, à tarde, acontece uma reunião na Câmara Municipal de Parauapebas com os vereadores daquele município.

Questionados sobre não haver uma reunião com os vereadores do município de Marabá, o presidente da CPI justificou que a CMP teve a iniciativa de abrir uma CPI e pediu a colaboração dos deputados estaduais. “A Alepa está à disposição, caso o Poder Legislativo de Marabá queira acompanhar conosco. Estamos à inteira disposição para realizarmos esse trabalho em conjunto”, disse Eraldo Pimenta.

A última visita da comissão, acontece em Canaã dos Carajás.

Em nota, a Vale afirmou sobre seu compromisso de transparência com a sociedade e que “está à disposição da CPI para prestar todo e qualquer esclarecimento em relação à sua atuação no Estado do Pará e no atendimento à diligência”. (Ana Mangas)