Correio de Carajás

Covid-19: Presidente da Acripará diz que pecuária não sofreu impactos expressivos

“Estamos trabalhando normalmente”, comentou o presidente da Associação dos Criadores do Estado do Pará (Acripará), Maurício Fraga, ao ser questionado pelo Correio de Carajás sobre qual era o cenário do setor em meio à pandemia de coronavírus.

O setor agropecuário, afirma, ainda não sofreu impactos econômicos decorrentes da situação, o que pode ocorrer, entretanto, se a crise gerar mais desempregos. “Diminui o poder aquisitivo do mercado consumidor e certamente nós vamos ser afetados também”, alerta.

Fraga destaca que a pecuária é muito forte nas regiões sul e sudeste do Pará e explica o motivo do setor continuar estável. “Pela própria característica de toda cadeia da carne, ela exige pouca aglomeração, e por ser uma atividade essencial, por ser produção de alimento, não parou. Às vezes, existe uma dificuldade de transporte”, diz.

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A exportação da carne também não foi atingida, conforme ele, representando 25% do mercado. No entanto, destaca que pelo mercado interno representar 75% das vendas o setor poderá ser atingido conforme o tamanho da crise no país, principalmente em relação ao desemprego.

“Os preços continuam bons, a gente já vinha de pouca oferta, por várias questões, como a diminuição de rebanho, a oferta estava baixa”, afirma, relembrando ter sido essa uma das causadoras da disparada do preço da carne no final do ano. “Mas a oferta apontou melhora”, diz.

Mercado Internacional

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) citou que o escritório da entidade em Xangai não identificou interrupção de importações de bens agropecuários devido à pandemia da Covid-19. Mas o cancelamento de rotas marítimas já resulta em atrasos no transporte internacional.

O escritório também apurou que comércio de grãos, óleos e alimentos registrou aumento de 9,7% entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020, apesar da queda das vendas totais do varejo em 20,5% nos dois primeiros meses do ano.

A corrida dos consumidores aos supermercados, com medo do desabastecimento, é a provável causa do aumento das vendas de itens básicos para a dieta chinesa. As vendas de alimentos online também cresceram 3% no mesmo período.   

A exemplo da União Europeia, a CNA não percebeu nenhum impacto no comércio com os Estados Unidos. O governo norte-americano tem tomado medidas mais focadas na saúde das pessoas e garantiu que a produção de alimentos não para. (Theíza Cristhine – com informações da CNA)