Um exame realizado em um laboratório particular de Belém, capital paraense, acusou um resultado preocupante para toda a população paraense nesta terça-feira, 7. Um homem de 37 anos que cumpre pena em regime semiaberto no Centro de Progressão Penitenciário do Pará (CPPB) testou positivo para o novo coronavírus, o covid-19.
Realizado no dia 31 de março, o triste resultado saiu apenas sete dias depois. Antes disso, a defesa do detento já tinha solicitado à Justiça que o permitisse cumprir a pena em prisão domiciliar, devido a um quadro de bronquite aguda, além de outros sintomas da doença viral.
Diante do pedido, o juiz Deomar Alexandre de Pinho Barroso, decidiu no último domingo, 5, que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) deveria, no prazo de dez dias, investigar se a Casa Penal possui capacidade de prover a assistência médica necessária ao detento. Caso contrário, estaria obrigada a realizar uma avaliação médica, com o objetivo de identificar o melhor tratamento para o seu quadro de saúde.
Leia mais:Entretanto, com o resultado positivo para a doença, as medidas tomadas serão outras. A Seap informou ainda na noite desta terça, que o paciente será transferido para a Unidade Presídio Estadual Metropolitano III, em Marituba, Região Metropolitana de Belém. Ali, ele será isolado para cumprir a quarentena prevista pelas autoridades sanitárias.
Segundo o órgão, o quadro do detento é “leve e em bom estado geral”. O portal Roma News solicitou informações sobre os demais detentos que tiveram contato com o infectado na casa penal de Belém e aguarda um retorno.
Casos de coronavírus do Pará
O Pará tem, até o momento, 154 casos confirmados de covid-19, 1135 casos descartados, 98 casos em análise e seis óbitos. A última morte pela doença foi de um homem, 69 anos, que estava internado em um hospital particular da capital. Ele tinha doenças respiratórias e sofria de hipertensão.
Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e da Prefeitura de Belém.
O risco da população carcerária
O sistema penal brasileiro pode ser entendido como uma bomba-relógio no que se refere ao contágio do novo coronavírus. De acordo com o Infopen, em junho de 2019, as unidades prisionais registraram uma lotação de 197%, com 758 mil presos no total.
Sendo que mais de nove mil deles têm mais de 60 anos de idade. Destes, 1.600 estão acima dos 70. Os números são preocupantes pois os idosos são do grupo de risco para o covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para piorar, o sistema penal ainda conta com mais de oito mil pessoas diagnosticadas com tuberculose e mais de sete com HIV, doenças que elevam as chances de letalidade pelo vírus. (Fonte: RomaNews)