Em uma era de tecnologia e pressa, há um grupo de pessoas que resistem ao escolher um caminho menos convencional, dedicando suas vidas à arte através do artesanato. Em oficinas modestas e estúdios improvisados, esses artesãos contemporâneos moldam, esculpem e criam com as próprias mãos, desafiando a efemeridade do mundo atual.
Longe das linhas de produção industrial, esses artistas exploram materiais diversos, desde madeira e cerâmica até tecidos e metais. Cada peça é única, carregando consigo a história e a paixão do artesão. Ao invés de seguir tendências massificadas, eles buscam inspiração nas tradições antigas e nas narrativas pessoais, transformando sua visão única em obras de arte palpáveis.
Eles não apenas buscam criar objetos estéticos, mas também ter um profundo compromisso com a sustentabilidade e a autenticidade. Suas criações são um reflexo da conexão entre o artista e o meio ambiente, incorporando práticas ecoconscientes e técnicas tradicionais que transcendem o efêmero das tendências passageiras.
Leia mais:Ao dedicarem suas vidas ao artesanato, esses artesãos encontram não apenas uma forma de expressão, mas também uma maneira de resistir à cultura do descartável, celebrando a singularidade e a atemporalidade das peças feitas à mão. Nesse universo artístico, Vitor Luz é um jovem marabaense que se torna uma ponte entre o passado e o presente, moldando um futuro onde a arte é mais do que um objeto, é uma narrativa viva e pulsante.
IDENTIDADE
Singularidade no olhar autentica artista Vitor Luz
Há uma atmosfera mágica no percurso artístico de Vitor Luz, um jovem artesão de 24 anos, que começou de maneira despretensiosa, dentro das salas de aula da escola, onde a troca de talentos e a apreciação mútua deram origem a um verdadeiro universo criativo. Conversando com o Correio de Carajás, ele revela não apenas a evolução do seu trabalho, mas também a paixão que impulsiona cada peça única que ele cria.
Sua jornada nas artes começou aos cinco anos, quando, ainda criança, comercializava seus desenhos entre colegas de classe. O entusiasmo dos amigos alimentou seu desejo de explorar novas formas de expressão, o levando a desenvolver habilidades com miçangas, biscuit e pintura com tinta guache. E sua evolução ao longo dos anos é evidente, especialmente no uso de tintas mais profissionais e ecológicas, destacando, inclusive, seu compromisso com práticas mais sustentáveis.
VISUAL
Sua identidade visual única, representada pelo “Olho”, é mais do que uma marca, mas uma expressão profunda de suas emoções: “O olho, com quatro íris, simboliza a sensação de ser vigiado, mas não de forma ameaçadora, e sim protegida. Essa identidade visual cresceu organicamente a cerca de três anos”, conta, mostrando sua autenticidade e, ao mesmo tempo, como a arte o tange.
A identidade visual de um artista diz respeito ao conjunto de características visuais distintas que permeiam suas obras, criando uma assinatura única e reconhecível. Essa identidade é forjada por meio de escolhas conscientes feitas pelo artista ao longo de sua prática criativa.
É um fenômeno multifacetado que se desenvolve ao longo do tempo, à medida que o artista explora e aprimora sua prática criativa. Essa singularidade visual, representada pelo Olho por Vitor, não apenas o diferencia de outros artistas, mas também cria uma conexão única entre o ele, o cliente e suas obras, permitindo que sua expressão artística seja autenticada.
A versatilidade de Vitor é insigne, que trabalha não apenas com desenhos, mas também com miçangas, customização de roupas, esculturas, filtros dos sonhos, chaveiros e colares. A abordagem artesanal, feita à mão com alicate, acrescenta uma dimensão pessoal a cada criação.
CONFIANÇA
A liberdade criativa é um aspecto essencial do trabalho do jovem marabaense: “Quando os clientes confiam em mim para criar algo único, a satisfação é palpável. A personalização das peças de acordo com a personalidade do cliente adiciona um toque especial, tornando cada obra uma expressão autêntica da individualidade de quem a recebe”, explica.
Além de tudo, Vitor cria uma abordagem em relação ao meio ambiente ao reutilizar materiais, criando não apenas cria obras únicas, mas também contribuindo para a redução do impacto ambiental, um assunto de extrema sensibilidade na região em que vivemos. E essa consciência ecológica é uma parte importante e integrante de sua prática artística, demonstrando como a arte pode ser uma força positiva na busca por práticas mais sustentáveis.
TROCA
Sobre o valor emocional associado às criações de Vitor, especialmente durante o período natalino. Ao escolher presentes artesanais, os clientes não apenas adquirem um objeto, mas também investem em uma experiência afetiva: “A demanda pelas peças aumenta consideravelmente durante o mês de dezembro, quando as pessoas buscam presentes que transcendem o material, às lojas de departamento, carregando consigo uma narrativa única e um toque pessoal”, relata.
A jornada de Vitor não é apenas uma exploração artística, mas uma celebração da autenticidade e da consciência ambiental. Sua dedicação em criar de maneira única e sustentável não apenas o define como um artesão singular, mas também como um defensor da autenticidade e responsabilidade ambiental. Cada peça é mais do que um objeto; é uma expressão de paixão, criatividade e um compromisso com um mundo mais sustentável.
(Thays Araujo)