Marabá é uma cidade com vários sotaques, como o goiano, o nordestino, o sulista, o paraense, o carioca, o mineiro e o paraense também. A mistura de diferentes culturas e línguas resulta em uma grande variedade de sotaques na cidade.
A cidade nasceu assim e continua sua formação na mesma direção, sempre com gente de todas as partes do País e até do exterior. Sim, na nossa gênese, os libaneses ajudaram na formação de nossa identidade, trazendo uma grande influência no comércio e na gastronomia.
Em todas as décadas, o processo de formação de Marabá é um reflexo da constante chegada de migrantes que buscam oportunidades nas áreas de mineração, agricultura, comércio e serviços públicos, tornando-a um verdadeiro caldeirão cultural.
Leia mais:A cidade, que hoje conta com uma população de aproximadamente 300 mil habitantes, foi fundada em 1913, mas a sua verdadeira expansão começou nas décadas de 1960, 1970 e 1980, quando grandes obras de infraestrutura, como a construção da Rodovia Transamazônica, trouxeram migrantes de diversas partes do país. Ao longo dos anos, Marabá se consolidou como um ponto de atração para trabalhadores que se estabeleceram na cidade em busca de uma vida melhor, trazendo consigo diferentes sotaques, tradições e costumes.
Esse fluxo de pessoas de diferentes origens fez com que Marabá se tornasse um retrato fiel da diversidade brasileira. Moradores vindos de estados como São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Bahia e até do Rio Grande do Sul trouxeram consigo suas particularidades linguísticas, gerando um ambiente em que diferentes sotaques convivem harmoniosamente. Ao caminhar pelas ruas da cidade, é possível perceber a fusão de expressões típicas de cada região, criando uma sonoridade única que caracteriza a identidade local.
A convivência de pessoas de todos os estados também reflete no dia a dia da cidade, que tem uma oferta diversificada de gastronomia, festas e manifestações culturais.
A culinária marabaense, por exemplo, mistura ingredientes e pratos típicos de diferentes estados, como o feijão tropeiro de Minas Gerais, a maniçoba do Pará, e a carne de sol do Nordeste. Já nas festas, a mistura de ritmos e danças representa a fusão das várias influências regionais.
Essa pluralidade cultural não se limita apenas ao aspecto linguístico e gastronômico, mas também está presente nas manifestações artísticas e na música. Marabá se tornou um polo cultural, abrigando diversas iniciativas de artistas locais e visitantes de diferentes regiões, que se apresentam em festivais e eventos culturais. O acesso à música regional, como o carimbó, o brega, o forró, o samba e o sertanejo, convive lado a lado com estilos como o rock, o rap e a música eletrônica, refletindo a riqueza da diversidade brasileira.
Marabá é considerada uma das cidades que mais concentram trabalhadores que atuam na exploração mineral, principalmente do cobre e do ouro. Esse movimento migratório também trouxe um novo aspecto social à cidade, que se transformou em um ponto de troca cultural, com a união de diferentes histórias de vida e formas de ver o mundo.
Marabá é, portanto, um exemplo vivo de como a mistura de pessoas de diferentes partes do Brasil pode gerar uma cidade vibrante, rica em diversidade e com uma identidade que reflete a pluralidade cultural do país. Sotaques de todas as regiões se entrelaçam nas conversas cotidianas, e a cidade, que inicialmente se formou como um polo de trabalho, hoje ostenta a marca da integração e da convivência entre culturas distintas.
Para celebrar os 112 anos de Marabá, fizemos uma caça ao tesouro. Lançamos o desafio de encontrar pessoas de nascidas nos 27 estados da federação e que, atualmente, vivem em Marabá.
E nessa cartografia de miscigenação, a gente constatou que a grande maioria dessas pessoas vieram para Marabá por causa do trabalho. Sim, praticamente todas elas disseram que esta é uma terra de “oportunidades”. Passaram em concurso, vieram abrir um negócio ou então chegaram transferidas pela empresa que trabalham.
Por isso, a gente afirma com todo o orgulho do mundo: Marabá é território de todos os sotaques, sonhos e correria! No 5 de abril, celebramos a cidade que acolhe todo mundo e nunca para de se reinventar. Feliz aniversário, Marabá!
A seguir, veja o que dizem marabaenses adotados, mas que vieram do Sudeste do País para a Terra de Francisco Coelho:
Espírito Santo – Padre Ademir Gramelik
“Vim para Marabá após um convite do bispo Dom José Foralosso para cumprir três anos de missões aqui na Diocese de Marabá. O que me fez ficar nesta cidade foi o amor pelas pessoas, o amor pela missão e o amor por Marabá, mesmo. Estou há 25 anos aqui e por enquanto não pretendo ir embora”.
Minas Gerais – Edleia Ferreira (professora)
“Vim para Marabá quando passei no concurso do IFPA (Instituto Federal do Pará). Foi pela oportunidade de trabalho. Mas eu gosto da cidade, gosto das pessoas que fiz amizade, do meu trabalho aqui e não penso ir embora nunca mais. Marabá é uma cidade boa para se viver. Eu gosto da daqui”.
Rio de Janeiro – Robert Alex (médico veterinário)
“Primeiro vim em busca de novos horizontes, sai da barra da mamãe, e depois por causa do amor, que é minha esposa, uma marabaense. Eu a conheci em Belém, mas ela veio pra Marabá e eu vim também. O que me fez ficar aqui foi a cidade em si, as pessoas e as oportunidades. O mercado de trabalho desta cidade é muito bom”.
São Paulo – Daiane Assis (educadora física)
“Minha irmã já morava aqui, e eu sempre vinha para passear. Decidi sair da loucura de São Paulo, gostei de Marabá e fiquei por conta das pessoas e da oportunidade de emprego. Aqui, o mercado de trabalho é muito bom. Quando você não tem preguiça, não te faltam oportunidades. Isso foi uma das coisas que me fizeram ficar. Marabá é muita cidade muito próspera e muito boa de morar”.
(Ulisses Pompeu)