Por enquanto, tudo ainda está sob sigilo. O fato, porém, é que a Corregedoria da Polícia Militar já abriu dois inquéritos, conhecidos na caserna por IPMs, para apurar o envolvimento de oficiais do quartel de Marabá num esquema de corrupção. As denúncias, as quais o Ver-o-Fato teve acesso com exclusividade, tratam da arrecadação de dinheiro de atividades criminosas de civis em troca da proteção militar, ou a famosa “vista grossa”.
São conversas entre militares do 4º Batalhão de Polícia Militar ( 4º BPM) mantidas num grupo de Whatsapp onde fica muito claro um esquema que envolve extração e transporte ilegal de minérios e madeira, com notas fiscais falsas, caminhões com caixas e grades de cerveja sem nota fiscal, jogos de azar e do bicho, etc.
A arrecadação mais pesada – R$ 100 mil, repassados ao 4º BPM – é feita de empresas proprietárias de 20 caçambas que transportam minérios ilegalmente. Outros R$ 50 mil são pagos pelos transportadores de cerveja, madeira e donos de jogos.
Uma festa onde quem dança esse carimbó da impunidade é quem deveria reprimir as ilegalidades. Ou seja, todos no mesmo barco. Os IPMs foram abertos agora em fevereiro, mas segundo fontes militares tudo vem ocorrendo desde o ano passado. (Carlos Mendes)