A liberação de um corpo errado no Hospital Geral de Parauapebas (HGP) gerou a maior confusão envolvendo duas famílias, uma da Vila de Serra Pelada, em Curionópolis, e outra de Eldorado do Carajás, no sudeste do Pará. A confusão aconteceu na última sexta-feira, 1º, em Parauapebas.
Duas mulheres, uma internada no HGP e outra no Hospital Municipal, que ficam próximos um do outro, faleceram na tarde de sexta-feira. A família de Maria Ester Ferreira Machado, de 75 anos, que mora em Serra Pelada, iniciou os procedimentos para levar o corpo dela para ser sepultado na cidade de São Mateus, no Maranhão.
Já a família de Francinete Silva Rodrigues, que faleceu no Hospital Municipal, também fez os procedimentos para levar o corpo dela para Eldorado do Carajás, onde ela morava. O corpo de Francinete ficou no necrotério do HMP e de Maria Ester no necrotério do HGP, de onde seriam removidos pelas funerárias contratadas pelas famílias.
Leia mais:A funerária de Eldorado do Carajás que veio busca o corpo de Francinete chegou primeiro e foi direto para o HGP. Segundo o responsável pela funerária, Walter Severino dos Santos, a própria família os levou até a casa de saúde e chegando lá seguiram os procedimentos, indo até a Assistência Social, onde receberam a documentação de liberação do corpo.
“A família não nos acompanhou na hora até o necrotério e, como recebemos a liberação, levamos o corpo para Eldorado. Depois fomos informados que o corpo não era da pessoa que tínhamos ido buscar”, diz Walter, que admite que não olhou o nome que é colocado no corpo para fazer a identificação, para saber se conferia com a ficha de liberação entregue pela Assistência Social.
A confusão iniciou quando a família de Maria Ester chegou no final da tarde para buscar o corpo dela. Ao descobrir que não estava mais no local, os familiares começaram a procurar e questionar o hospital.
Depois de muita confusão, descobriram que o corpo dela tinha sido levado e já estava até sendo velado em Eldorado do Carajás. Segundo familiares, Maria Ester estava internada havia 30 dias no HGP, sendo 16 dias na UTI, com diversas complicações de saúde e teve uma parada cardíaca na tarde sexta-feira, vindo a óbito.
Segundo Raimunda Ferreira do Nascimento, eles tomaram um susto quando chegaram para buscar o corpo e não o encontraram. “Nós fomos até a UTI e lá nos disseram que depois que o paciente tem alta ou morre eles não têm mais nada a ver com o caso. Conversamos com um vigia e o maqueiro que a levou para necrotério e, só então ficamos sabendo que uma funerária havia levado o corpo. Isso é uma grande irresponsabilidade”, protestou a mulher.
Só após entrarem em contato com Eldorado, foi que conseguiram trazer o corpo de volta já na madrugada de sábado, 2. A família de Francinete, que já estava velando o corpo errado, não quis gravar entrevista para falar sobre o assunto.
O Jornal entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, para saber o posicionamento do HGP sobre o caso. A assessoria se comprometeu a tentar produzir uma nota, já que, devido ao Carnaval, a Ascom da Prefeitura, que libera as informações oficiais do governo, está de recesso. (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)