Mais de 5 mil pessoas foram internadas para tratamento vítima de acidentes com fogos de artifício no mês de junho, nos últimos dez anos. Os dados são do Sistema de Informação Hospitalar (SIM), da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Para reduzir este índice, o Corpo de Bombeiros Militar intensifica a fiscalização em estabelecimentos que comercializam os artefatos, com o propósito de garantir a segurança do consumidor.
Entre as consequências do uso inadequado de fogos de artifício, estão a perda de dedos e queimaduras de médio e alto graus. Os homens representam a maioria dos registros com 4.245 internações, no período analisado. Já entre as mulheres, o número foi de 853 internações. No Pará, o Hospital Metropolitano é referência no atendimento de média e alta complexidades em traumas e queimados, na região Norte.
O sub-chefe do Centro de Atividade Técnica do Corpo de Bombeiros (CAT), capitão Raimundo Moura, explica que é possível utilizar os itens de maneira segura. Segundo ele, o primeiro passo é a escolha do estabelecimento para aquisição do produto. “O local precisa ter a licença emitida pelo Corpo de Bombeiros e também a autorização do Exército Brasileiro. A vistoria que fiscaliza as medidas de segurança contra incêndio e emergências é realizada pelos bombeiros, mas a licença para venda de itens explosivos é de responsabilidade do Exército”, detalha.
Leia mais:A corporação realiza, em dias comuns, uma média de 36 vistorias por dia em hospitais, supermercados, escritórios, prédios, academias e outros estabelecimentos. Em junho, a fiscalização é direcionada para as lojas que comercializam fogos de artifício, assim como, em outubro, no período do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, e em dezembro, em função das festas de final do ano.
“Focamos nessa fiscalização para que a população possa aproveitar as festas de forma segura. O problema de comprar fogos de artifício em local clandestino é que você não sabe a procedência do produto e isso se torna um risco para a vida das pessoas. Outra dica é sempre ler as orientações de segurança e modo de utilizar, que constam na embalagem. Por exemplo, não recomendamos soltar fogos em lugares fechados ou debaixo de cobertas. Pedimos, ainda, que as pessoas sempre verifiquem a validade do produto e se ele possui o selo do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro)”, afirma.
O local onde o fogo será utilizado também é de suma importância. “Não recomendamos a soltura próximo da rede elétrica, de carros ou hospitais e pedimos atenção para as pessoas que ingeriram bebida alcoolica. Muitas, por não estarem em sã consciência, se machucam ao fazer uso de fogos de artifício”, pontua.
Cuidados recomendados pelo Corpo de Bombeiros:
– Ler as instruções da embalagem do produto. Cada tipo de produto requer um manuseio diferenciado;
– Não soltar rojões com as mãos. Utilize sempre o suporte de apoio que, obrigatoriamente, deve estar na embalagem. Certifique-se de que ele está bem fixado na base para não cair ou provocar acidentes graves. Se possível, utilize um tijolo ou pedras para fortalecer a base;
– De forma alguma solte fogos em ambientes fechados, embaixo de árvores, fiações elétricas ou próximo de animais;
– Não permita que crianças soltem quaisquer tipos de fogos, mesmo com a supervisão de um adulto;
– Em caso de queimaduras, não utilize creme dental ou manteiga no local afetado.
(Agência Pará)