Correio de Carajás

Corpo de Bombeiros alerta para aumento de acidentes elétricos

Acidentes elétricos estão sendo registrados com maior frequência nos últimos meses e, de acordo com a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), motivaram mais de 300 mortes no Brasil somente no primeiro semestre de 2020.

De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros de Parauapebas, major Hugo, esses acidentes acontecem por diversas causas, sendo a principal delas a falta de conhecimento específico para lidar com a situação. “É importante que esse tipo de serviço seja realizado por um técnico especializado. Uma descarga elétrica é algo muito sério, pode causar desde uma taquicardia a uma parada cardíaca ou morte por queimadura de quarto grau. A pessoa literalmente torra”, diz.

O major explica que a corrente elétrica é um movimento feito através de elétrons que transitam de um ponto ao outro e, nesse movimento, existe a transferência da energia, que pode ter como via de acesso um fio condutor ou o próprio ser humano. “Um exemplo disso é um cabo de ar-condicionado. Ele tem uma certa resistência para receber a corrente elétrica, já o ser humano tem a resistência baixa para esse tipo de energia e, quando ultrapassada, o sistema é sobrecarregado e superaquece, ou seja, no linguajar popular, a pessoa queima com a forte descarga”, exemplifica.

Leia mais:

O comandante destaca a importância do cuidado ao realizar os serviços considerados pequenos, como a troca de uma tomada. “As extensões da rede doméstica não chegam a matar uma pessoa, porém, dependendo da debilidade pré-existente que aquela pessoa possa ter, um choque pode causar um problema no coração, como uma parada cardíaca, por exemplo”.

Outro exemplo dos acidentes elétricos corriqueiros registrados pelo Corpo de Bombeiros envolve os fios de alta tensão, manipulados principalmente por quem mora na zona rural. “Quando falta energia as pessoas não esperam o atendimento dos profissionais da rede de energia elétrica e acabam fazendo o serviço sem conhecimento técnico. O mais comum é o “bater canela”, que é quando a chave fusível que é utilizada para proteger os transformadores é desligada”, explica.

O Corpo de Bombeiros alerta sobre os perigos do manuseio da rede elétrica e aconselha que os serviços sejam sempre realizados por pessoas capacitadas e especializadas no assunto, principalmente neste período chuvoso do inverno amazônico, já que a água também é um condutor de energia.

“É importante lembrar que ao socorrer uma pessoa que sofreu um acidente elétrico, caída no chão ou desmaiada, é bom verificar se o ambiente está seguro confirmar se ainda existe o contato com a energia elétrica, para que não haja mais acidentes”, finaliza o major. (Ana Mangas)