O CORREIO entrou em contato, por telefone, com o coronel Kojak Antônio da Silva Santos, comandante do 34º BPM, para falar sobre o distúrbio no Vavazão. O oficial está de férias, por isso não pode falar em nome da corporação. Mas, como policial com larga experiência, deu sua opinião pessoal sobre o assunto. Na visão de Kojak, “a guarnição agiu dentro do estrito cumprimento do dever legal”.
O coronel observa que, em nível nacional, existem muitos casos de pessoas que motivam o enfrentamento às ações policiais, mas aqui em Marabá essa rebeldia não é muito comum. “O cidadão de Marabá é ordeiro, respeitador e na maioria das vezes tem aceitado as abordagens policiais sem se opor”, observa Kojak.
Ainda de acordo com ele, esse caso do Vavazão uma exceção, que ocorreu porque o cidadão estava muito agressivo e visivelmente alterado, aparentemente sob efeito de álcool ou de algum outro tipo de droga. Por outro lado, a guarnição policial acionada para o local do distúrbio é obrigada a neutralizar o indivíduo que está causando o tumulto.
Leia mais:Sobre a ação dos policiais em si, coronel Kojak lembra que os militares são seres humanos, que têm frações de segundos para tomar uma decisão, que pode trazer várias consequências.
“Pelas imagens que chegaram até mim, ao que parece, a guarnição agiu dentro do estrito cumprimento do dever legal; teve até bastante cautela; poderia realmente ter evoluído para uma ação mais enérgica. Mas a guarnição foi aparentemente cautelosa”, reafirma o oficial PM.
Questionado sobre o uso de um pedaço de madeira e de um PVC para atingir e, com isso, conter Jhonciney da Silva Almeida (que causava o tumulto), Kojak fez a seguinte reflexão: “Não podemos cobrar perfeição. Para a gente que está sentado aqui nesse momento é muito fácil analisar, depois do fato acontecido, mas na hora lá em que a adrenalina dos policiais e do envolvido está a mil, não é fácil tomar uma decisão perfeita”.
Por fim, coronel Kojak avalia que, dentro das decisões razoáveis que poderiam ser tomadas nesse caso, a atitude dos policiais foi eficaz, agindo no limite da tolerância. “Dos males o menor”, resume o oficial, referindo-se ao fato de que o distúrbio foi contido e que o indivíduo foi preso.
(Chagas Filho)