Correio de Carajás

Consultor internacional visita Aldeia Akrãtikatêjê para trabalho voluntário

Representantes do MMPA e FCCM mediam encontro entre Cláudio Tosta e a cacique Kátia Silene/ Foto: Ana Mangas

Na tarde da última quinta-feira, 1º, Cláudio Tosta, 60 anos, palestrante internacional com mais de 40 anos de experiência em consultoria e planejamento estratégico, visitou a Aldeia Akrãtikatêjê, localizada no município de Bom Jesus do Tocantins, e ficou impressionado com a estrutura da comunidade e o trabalho realizado pelas famílias residentes no local.

O encontro, promovido pela Fundação Casa da Cultura de Marabá e pelo Ministério Público do Estado do Pará, serviu para que Cláudio conhecesse a aldeia e os projetos executados pela cacique Kátia Silene Vandenilson.

Atuando no trabalho voluntário no Brasil e nos Estados Unidos, Cláudio tem PHD em Business, e veio à Marabá a convite do MPPA para uma palestra em alusão ao Dia Mundial da Conscientização sobre a Acessibilidade.

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“As promotoras comentaram sobre o trabalho desenvolvido com os povos indígenas da região, e eu falei que se tivesse oportunidade queria muito conhecer uma aldeia. Trabalhei há muitos anos atrás como voluntário na Amazônia e tinha muita vontade de voltar por conta dos ensinamentos que aprendi, no pouco contato que tive com indígenas quando trabalhava como médico na Amazônia nos navios da Marinha”, relembra.

Cláudio realiza trabalhos voluntários e, ao conhecer a cacique Kátia Silene, se colocou à disposição para eventuais projetos que a aldeia possa ter.

Kátia contou sobre sua luta pelo fomento turismo na terra indígena. “Tenho vontade de criar chalés, ajeitar minha trilha, que possui mais de 30 quilômetros, fazer um ponto para venda dos nossos produtos. Quero buscar agregar valor nas coisas que temos, para ajudar as famílias da comunidade. Mas, aqui nós não fazemos esse planejamento. Percebo que falta essa organização de colocar as ideias no papel”, admite.

Contudo, a cacique afirma que a prioridade dentro da comunidade é a escola, e que todos são incentivados a estudar e a fazer faculdade para auxiliar a luta do povo indígena.

“A escola é a nossa principal ferramenta. Ela está ligada com os projetos que temos e com a cultura. Não tem como a gente caminhar sem a escola. Precisamos agregar e enriquecer nosso conhecimento. Não vamos voltar a jogar flechas e andar só de calcinha nas ruas”, fala.

Para a etnóloga da FCCM, Mirtes Emília, que acompanhou e intermediou o encontro, assim como o Povo Akrãtikatêjê, o Povo Suruí também tem muito interesse em atuar com turismo ecológico. Porém, para eles ainda faltam as ideias.

“Diferente da Kátia, que já tem uma maturidade e sabe o que quer, os Suruí não têm ideia de como iniciar. Eles possuem interesse, mas não têm o norte de como e o que fazer para agregar esse valor à comunidade indígena”.

Com vários projetos em mente, o consultor de planejamento se colocou à disposição da cacique para planejarem quais projetos valem a pena e podem ser executados da forma mais eficiente possível.

Por fim, Cláudio ficou encantado com a riqueza cultural e com os vários projetos que já são realizados pelo Povo Akrãtikatêjê. (Ana Mangas)