Um grupo de moradores da Vila Sororó, a 35 quilômetros da zona urbana de Marabá, procurou a sede do 4º Batalhão de Polícia Militar na terça-feira (19) para reclamar da saída da guarnição da Polícia Militar, comandada pelo sargento Edson, que atua há vários anos naquela localidade.
Conforme o taxista Adriano Pereira, desde que a equipe em questão passou a trabalhar no local a criminalidade teve grande baixa no setor. “Lá está sossegado, sem assaltos e graças a Deus não estamos passando por assaltos porque a guarnição está sempre presente”, disse.
O produtor rural Paulo Catarino Cabral informa que a comunidade recebeu a notícia de que a equipe deixaria a localidade e achou por bem se manifestar em prol da segurança dos moradores. “Hoje a nossa vila está boa, a equipe nos representa muito bem e enquanto estamos dormindo a segurança da vila está 100%. Achamos por bem brigar para que ele permaneça na vila”.
Leia mais:Segundo o produtor, antes da guarnição chegar ao local ele tinha medo até que os próprios filhos saíssem nas ruas e se envolvessem “com cosias erradas”. “Estava de forma que ninguém controlava, as famílias tinham problemas dentro de casa, não podíamos deixar nada na rua. Um filho pensa duas vezes hoje para responder um pai lá. Teve influência dentro de casa do trabalho desenvolvido por eles lá”, relatou.
O proprietário rural Antônio Pereira de Souza, liderança local há 29 anos, afirmou que o objetivo do grupo era conversar com o comandante, tenente-coronel Dayvid Sarah, para pedir a permanência da equipe na vila.
“Ele tem respeito junto à comunidade, fruto de grande trabalho prestado, e não devemos deixar ir por água abaixo. Não estamos nos desfazendo de algum outro comando que talvez possa ser encaminhado para lá, mas queremos a permanência do Edson e da equipe pelo trabalho desenvolvido na vila”, explica.
De acordo com ele, hoje as famílias da comunidade dormem mais sossegados “porque é verídico que a vila tem segurança através do trabalho destes homens”. “Nosso objetivo é solicitar a permanência dele, quando não houver mais necessidade a comunidade pode tomar suas decisões, não alguém de Belém ou de outras autoridades quererem tomar decisão que não é boa para a comunidade”, defende.
Edvaldo Garcia da Silva, que é proprietário de um posto de combustíveis na vila e possui propriedade rural na comunidade, ressalta diminuição drástica na venda de drogas na localidade. “Antes tínhamos muitos problemas lá, até de droga. É uma vila pequena e lá tinha mais de 12 pontos de venda de droga, então não tínhamos paz nem com os próprios filhos saírem para ir à escola. Hoje estamos reivindicando a permanência da guarnição que está lá”.
Procurado pela Reportagem, nesta quarta-feira (20), o tenente-coronel Dayvid Sarah informou que atendeu os moradores e conversou com eles, mas não irá atender à reivindicação. “A situação da movimentação não é restrita à vila, mas a todos os destacamentos sob meu comando e isso é um ato normal da administração pública”, afirmou.
Conforme ele, a população necessita entender que precisa ser dada oportunidade para outros realizarem a continuidade do serviço. “Todos foram movimentados e apenas na Sororó estamos tendo essa situação (reclamação), mas foi conversado com os representantes e eles entenderam essa parte e aceitaram”, finalizou. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)