Correio de Carajás

Como serão as relações sociais no mundo pós-pandemia

Impactados por todas as transformações que estão acontecendo no mundo desde que o novo coronavírus revelou sua face mais avassaladora, e que, até o momento, resultou na perda de mais de 376 mil vidas e na contaminação de 6 milhões de pessoas em todo Planeta, estamos buscando respostas de como será o futuro no mundo pós-pandemia. As opiniões se dividem e as projeções de como será o amanhã surgem a cada dia apontando diferentes horizontes, mas um fato é incontestável: nada será como antes. 

Acreditem. As relações sociais passarão por grandes mudanças. A nossa visão de mundo não será mais a mesma diante dessa crise sanitária sem precedentes nas últimas gerações. A pandemia mudou o foco do nosso olhar e despertou sentimentos de coletividade que há muito pareciam não fazer parte de cada um de nós. Fomos obrigados a olhar para o outro, a
entender que o nosso bem-estar depende de uma ação coletiva em que cada um é peça fundamental para a sobrevivência de todos.

Parecemos ter despertado da anestesia social que vivíamos nos últimos tempos. Estamos aprendendo a ter empatia pela dor do outro, paramos de assistir a tudo como mero espectadores de uma realidade da qual achávamos que não fazíamos parte. Hoje é impossível fechar os olhos para o que está acontecendo no mundo. Fomos tomados por um grande sentimento de solidariedade que está fazendo toda a diferença em meio a esse caos.

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E os resultados dessas mudanças começam a ser percebidas. Quando o isolamento social acabar, será que vamos nos lançar às ruas como antes? Particularmente, acredito que não. Países que passaram pelo pico da crise, e que já estão saboreando a sensação de liberdade, têm nos mostrado novos padrões de comportamento. De restaurantes que adotaram cabines
em formato de estufas para três pessoas com atendimento personalizado para evitar o  contágio, até a opção por bikes como principal meio de transporte, passando por novas formas de arte, com tour virtuais em museus e grandes shows em formato de lives, sem contar o resgate do cine-drive in, estamos diante de uma nova realidade.

Acredito que as relações sociais ficarão mais acolhedoras, num movimento voltado para dentro de nossas casas. Afinal, o trauma causado pelo medo do contágio ainda estará presente em nossas mentes. Enquanto não tivermos uma vacina ou algum medicamento que nos garanta que estaremos imunes ao vírus, vamos prezar pela nossa segurança. Redescobrimos nossas famílias, nos aproximamos ainda mais dos amigos. Nossas celebrações serão reinventadas.

Não há dúvidas de que a pandemia acelerou mudanças que já estavam acontecendo em muitos setores de forma gradual. O que provavelmente levaria muitos anos para acontecer, se tornou realidade a toque de caixa graças à tecnologia. O trabalho remoto e educação a distância são exemplos concretos.

O fato é que, mais do que nunca, vamos cobrar um mundo mais sustentável, já entendemos que a natureza pode ser implacável se não cuidarmos bem dela. As empresas serão chamadas a ter mais responsabilidade social, a serem mais empáticas. Vamos repensar nossa forma de consumo. Atitudes como reciclar peças e reaproveitar alimentos estarão cada vez mais em alta. Será que precisamos de tudo aquilo que julgávamos ser essencial para viver?

Ainda é cedo para afirmar como será o mundo. Mas uma coisa é certa, aquele que existia antes do coronavírus não existe mais. E quem ainda acredita que tudo voltará ao “normal” é porque se recusa a enxergar a nova realidade que estamos vivendo. Os valores que estão em alta nesse momento são: solidariedade, empatia e igualdade social para todos e não
para poucos. (Fonte:G1/ Rachel Jordan)