Nos dias 22 e 23 de junho próximo, a Vale vai voltar a dialogar com a Comissão de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá para discutir dois assuntos de interesse da sociedade local. A informação foi compartilhada pelo presidente da referida Comissão, Miguel Gomes Filho, o Miguelito, durante reunião ordinária ocorrida nesta quarta-feira, 25, na Sala de Comissões da Câmara Municipal de Marabá.
Participaram da reunião, além do presidente Miguelito, os membros Ítalo Ipojucan Costa, Vanda Américo, Márcio do São Félix, Dato do Ônibus, Alecio Stringari, Cabo Rodrigo e Pedrinho Correa (presidente da Câmara).
Miguelito informou aos demais membros da Comissão que os executivos da Vale se dispuseram a discutir, por enquanto, apenas dois projetos de grande porte que estão em fase de implantação em Marabá: Tecnored e nova ponte sobre o Rio Tocantins. Avisaram que o tema Salobo não entrará na pauta porque está sendo objeto de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no próprio Poder Legislativo Municipal.
Leia mais:Miguelito apresentou, também, o vereador Dato do Ônibus como novo membro da Comissão de Desenvolvimento, que deverá contribuir, entre outros assuntos com uma nova pauta que o grupo começará a discutir para ajudar o Executivo, que é a mobilidade urbana, com foco no transporte coletivo de passageiros. “Estamos percebendo que o transporte coletivo de Marabá pode paralisar a qualquer momento por ser inviável economicamente. Precisamos encontrar saídas para que a comunidade, principalmente os mais pobres, tenham esse serviço à disposição”, adverte Miguelito.
Dato do Ônibus concordou com essa abordagem e disse que as comunidades precisam ser ouvidas sobre possíveis mudanças no sistema de transporte e ainda em relação às obras de estruturantes na cidade.
Vanda Américo pediu para Comissão ouvir, também, um engenheiro de mobilidade urbana com experiência para avaliar as questões relacionadas ao tráfego em Marabá para apresentar soluções.
Pedrinho Corrêa destacou que a parceria entre Sinobras e Vale foi uma ideia que nasceu na Comissão de Desenvolvimento em diálogo com a mineradora. Ele propôs a elaboração de um ofício com documento agradecendo o diálogo com Adnan Demacki, o primeiro a abordar esse assunto.
Sobre sugestões que estão surgindo para que a área da ALPA se transforme em um loteamento, Pedrinho alerta que este assunto é delicado. “É preciso dialogar com Vale, governo do Estado e Executivo Municipal para não deixar ocorrer uma invasão aleatória. Essa pauta precisa ser chamada pela Comissão de Desenvolvimento para não sofrermos revés muito grande. Uma área que pode trazer muitos empregos para o município não pode ter uma destinação como esta. Até hoje tem ocupação no Distrito Industrial e ainda não foi feita reintegração de posse”, lembrou.
Miguelito e Márcio do São Félix também se mostraram preocupados com a sugestão de ocupação habitacional da área da Alpa. “Estive na Codec (Companhia de Desenvolvimento do Pará) discutindo a destinação da área da antiga ALPA, mas eles alegaram que o caso era sem solução, porque há dilemas ainda a ser resolvidos. Também estive com a Sedeme (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia), mas não houve resposta. Espera que a Comissão se envolva nesse dilema para evitar um dano maior”, opinou Márcio do São Félix.
Vanda Américo apresentou pautas da UEPA, sugerindo que a Comissão lute para criação de uma universidade independente na região, além de oferta de bolsa para os acadêmicos de medicina por parte da Prefeitura de Marabá.
Miguelito sugeriu para marcar uma reunião com o vice-prefeito e secretário de Saúde, Luciano Dias, sobre bolsas para estudantes de medicina da UEPA.
O vereador Alecio Stringari lembra que a mineradora Buritirama não esteve mais na pauta da Comissão ou da Câmara Municipal. Para ele, é preciso discutir esse assunto, porque a empresa está trabalhando no caladinho, “comendo pelas beiradas”. Ele destacou que a Comissão precisa chamar a empresa para cobrar ações em prol da comunidade. “Eles assinaram várias condicionantes com o município e Ministério Público, mas cumpriram quase nada. A poeira está começando a tomar conta das vilas”, lamentou.
Por fim, o empresário e representante da Associação Comercial e Industrial de Marabá, Ítalo analisou que a invasão da área da ALPA, com fins habitacionais, seria um caos para atração de novos empreendimentos em Marabá.