Correio de Carajás

Comandante do Corpo de Bombeiros em Marabá quer descentralização de unidade

Há cinco meses no cargo de comandante do 5º Grupamento de Bombeiros Militar, o tenente-coronel José Raimundo Lélis Pojo afirma que o principal propósito da corporação em 2020 é prestar um atendimento eficiente à população. Ele destaca, para isso, a necessidade de descentralizar a unidade de Marabá, que não atende apenas à demanda da cidade.

“Nós temos 11 municípios para cobrir, isso tudo com 60 militares. Então existe a preocupação de que as cidades mais distantes do Grupamento sejam melhor atendidas”, diz.

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Lélis, no entanto, conta que em nenhum momento a corporação deixou de atender às ocorrências das cidades sob os cuidados do 5º GBM. “Nunca deixamos de auxiliar, mesmo com a distância. O atendimento pode ter demorado, mas aconteceu”, explica.

Ele narra, ainda, que a prerrogativa de criar uma unidade do Corpo de Bombeiros nesses municípios passa pelo lado financeiro e estratégico. “É preciso haver recursos e um estudo detalhado, que tem de ser feito pelo Comando, para a instalação de uma unidade”, conta.

Falando em recursos financeiros e humanos, o comandante antecipa que a prática da realização de concursos públicos para preencher as lacunas da atarefada unidade está com os ‘dias contados’. De acordo com Lélis, os novos militares serão provisórios. “O que se pretende fazer é contratar bombeiros temporários, ou seja, não será aquele que entra mediante concurso público e passa o resto da vida na corporação. Os temporários ficarão conosco por um período de quatro anos, algo semelhante ao modelo adotado pelas Forças Armadas. “Por isso que não houve concurso no ano passado para repor a deficiência que nós temos de efetivo”, esclarece.

PERÍODO CHUVOSO

Neste período de inverno amazônico, muitas famílias são atingidas por enchentes em Marabá e nas cidades vizinhas. Questionado quanto às ações dos Bombeiros para esta época do ano, o comandante informa que um alerta foi lançado para os 11 municípios visando à preparação das equipes para o auxílio das vítimas em caso de alta dos rios. “A primeira demanda é das Defesas Civis municipais. Então, já alertamos essas unidades para que trabalhem essa questão e, caso haja necessidade, assistam à população que poderá ser atingida”, fala.

Conforme Lélis, não só o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil trabalham na assistência aos flagelados pela água, como também o Exército Brasileiro. “O EB, inclusive, já sinalizou para nós uma série de ações que os militares realizarão este ano”, comenta.

PREVENÇÃO À VIDA

A crescente no número de suicídios e práticas suicidas ocorridos nas duas pontes é uma das preocupações do militar. Ele aconselha quem se encontra em uma situação difícil, passando por problemas de diversas ordens, a buscar acompanhamento psicológico com um profissional. “Que as pessoas nesse estado procurem um especialista, pois as adversidades passam e a vida é uma só”, observa Lélis.

Ele comenta o episódio envolvendo uma jovem que tentou se jogar da ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, no início do mês, ocasião em que um bombeiro, de folga, agiu rápido e evitou o pior. “Eu quero destacar essa ação do soldado Ítalo Pessoa. Ele, além de salvar uma vida, conduziu a jovem, que estava desorientada, até o hospital. Foi uma atuação brilhante”, evidencia.

TROTES

A quantidade cada vez mais frequente de ligações envolvendo falsas informações também incomoda o comandante. Segundo ele, é importante trabalhar a conscientização da população porque a prática pode colocar vidas em risco. “Uma ligação de trote pode prejudicar o andamento de uma real situação de emergência, além de aumentar os gastos com os veículos. É uma brincadeira que não tem graça nenhuma e as pessoas precisam ter consciência disso”, afirma.

O deslocamento de uma viatura para uma falsa ocorrência pode resultar na morte de alguém que esteja precisando, de fato, de socorro. Por isso, é importante instruir e monitorar as crianças para evitar esse tipo de brincadeira. (Vinícius Soares)