Correio de Carajás

Com poucos soldados, Ucrânia vai recrutar presos para lutar

A Rússia anunciou que vai fazer exercícios militares com armas nucleares táticas no sul do seu território em resposta a supostas ameaças de países do Ocidente.

Velório de militar ucraniano, em 6 de maio de 2024 — Foto: Thomas Peter/Reuters

O Legislativo da Ucrânia aprovou uma lei na quarta-feira (8) para que criminosos que já foram condenados pela Justiça sejam recrutados para lutar contra a Rússia na guerra e, em troca, recebam liberdade condicional. A lei ainda não está em vigor; o texto ainda precisa ser sancionado pelo presidente Volodymyr Zelensky.

O país está com dificuldade de repor soldados na guerra —as tropas russas são mais numerosas. Para os analistas, esse é um dos principais problemas da Ucrânia no confronto. A Rússia anunciou que vai fazer exercícios militares com armas nucleares táticas no sul do seu território.

A guerra da Ucrânia começou em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu território ucraniano. O presidente do país, Volodymyr Zelensky, afirmou que a situação atual é muito difícil.

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O número de homens presos que se enquadram no perfil de um soldado é de 20 mil, de acordo com o deputado David Arakhamia. Segundo a agência de notícias Reuters, a nova lei permitirá que o exército ganhe alguns milhares de novos combatentes.

A nova lei não é para todos os criminosos: os homens condenados por crimes graves não são elegíveis a se alistar em troca de liberdade condicional, segundo o deputado Oleksiy Honcharenko.

Por exemplo, homens condenados por homicídio premeditado, violência sexual, estupro, crimes contra a segurança nacional e atos graves de corrupção não podem se candidatar ao alistamento.

‘Situação muito difícil’ na guerra

 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (9) que o exército do país enfrenta “uma situação realmente muito difícil”, principalmente na região leste, onde as tropas precisam conter o avanço das forças russas.

A Rússia tem explorado alguns problemas dos ucranianos, como a falta de munição e de soldados. Os russos têm atacado mais no norte e no leste, e têm tido vantagens no campo de batalha, segundo Zelensky.

Os ucranianos aguardam a chegada de um pacote de ajuda militar dos EUA que foi aprovado pelo Congresso dos EUA no fim de abril .

Putin diz que exercício com armas nucleares é comum

 

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (9) que é normal fazer exercícios militares com o emprego de armas táticas nucleares (armas para serem usadas no campo de batalha, e não em cidades, como as bombas “Little Boy” e “Fat Man”, que foram jogadas pelos americanos em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, no fim da Segunda Guerra).

Na segunda-feira, a Rússia afirmou que ia treinar o emprego de armas táticas nucleares como parte de um exercício militar no sul do território russo, em conjunto com a Belarus.

O governo russo afirma que recebeu ameaças da França, Reino Unido e Estados Unidos.

“Não há nada incomum nisso, isso é trabalho planejado, é treinamento”, afirmou Putin, de acordo com a agência de notícias Tass.

Rússia diz que Otan não deve enviar tropas

 

A Rússia disse nesta quarta-feira que o envio de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para a Ucrânia seria extremamente perigoso e que está atenta a uma petição ucraniana que pede tal intervenção.

A petição, publicada no site do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, diz que a Ucrânia deve pedir aos Estados Unidos, Reino Unido e a outros países que enviem tropas para ajudá-la a repelir a invasão da Rússia.

“O regime de Kiev é bastante imprevisível”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, quando perguntado sobre o assunto em seu briefing diário.

“Temos dito repetidamente que a intervenção direta nesse conflito por parte dos militares dos países da Otan acarreta potencialmente um enorme perigo, portanto, consideramos isso uma provocação extremamente desafiadora, nada menos do que isso e, é claro, estamos observando tudo com muito cuidado.”

 

A Otan tem apoiado a Ucrânia na guerra, fornecendo-lhe armas cada vez mais poderosas, incluindo tanques e mísseis de longo alcance, mas não interveio diretamente com tropas – algo que o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente russo, Vladimir Putin, têm alertado que poderia levar à Terceira Guerra Mundial.

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a questão do envio de tropas ocidentais para a Ucrânia surgirá “legitimamente” se a Rússia romper as linhas ucranianas e Kiev solicitá-las.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse nesta quarta-feira que a Rússia teria como alvo as tropas francesas se elas fossem enviadas à Ucrânia.

(Fonte:G1)