Correio de Carajás

Coleta de DNA para identificação de desaparecidos será feita em Marabá

A busca por pessoas desaparecidas e a identificação de cadáveres não reclamados é o objetivo da campanha “Coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas para inclusão nos bancos de perfis genéticos”, lançado nesta terça-feira (25), pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A ação utilizará as secretarias de Segurança Pública das 27 unidades federativas e a Polícia Federal (PF).

No Pará, a coleta do material genético será feita pelos peritos criminais do Laboratório de Genética Forense, do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC), em parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) e a PF, de 14 a 18 de junho.

Os pontos serão nas unidades do Renato Chaves em Belém, Altamira, Castanhal, Marabá e Santarém.

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De acordo com o MJSP, atualmente, existem cerca de 3.200 perfis genéticos cadastrados no Banco Nacional de Perfis Genéticos, e, pelo menos, 80 mil pessoas desaparecem todos os anos no País, a partir dos registros feitos nas delegacias da Polícia Civil (PC). Por outro lado, apenas cerca de 2.600 famílias estão cadastradas no banco, em questão, para a localização de parentes desaparecidos, com ou sem vida.

No Banco Estadual de Perfis Genéticos, dirigido pelo Laboratório de Genética Forense, do CPCRC, existem 371 amostras de DNA de pessoas desaparecidas ou sem identificação, e 48 familiares buscaram o laboratório para coleta de material genético e inserção no citado banco estadual.

De acordo com a Segup, de janeiro a abril deste ano, foram registrados 352 casos de pessoas desaparecidas em todo o Estado. “A coleta vai envolver tanto o CPC Renato Chaves, que coleta o perfil genético, quanto a Polícia Civil, que tem um uma sessão para cuidar de desaparecidos. Esse trabalho conjunto, a partir dessa campanha, vai alimentar o nosso banco de perfil genético, para que possa identificar pessoas desaparecidas”, disse o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado.

A campanha visa a mobilizar pessoas a realizarem a coleta de material biológico. Essa amostra será realizada de forma indolor e o perfil genético dos familiares será inserido no Banco Nacional, possibilitando assim o confronto com os perfis de cadáveres não identificados também incluídos no banco. Como é um banco que integra todos os estados do Brasil, essa coleta pode fazer com que um corpo ou a própria pessoa seja encontrada em qualquer parte do País”, detalhou a perita criminal Elzemar Rodrigues, gerente do Laboratório de Genética Forense do CPCRC.

A busca aos pontos de coleta deve ser feita por, pelo menos, dois familiares de primeiro grau das pessoas desaparecidas, como pai e mãe, filhos ou irmãos, neste último caso, quantos forem possíveis. No entanto, a coleta de DNA deve ser feita após os familiares terem feito o boletim de ocorrência na tentativa de busca da pessoa desaparecida.

Na prática, a coleta de DNA acontecerá de 14 a 18 de junho, e tem abrangência nacional, em cumprimento da Lei 13.812/19, que criou a Política Nacional de Pessoas Desaparecidas. O dispositivo legal reúne todas as secretarias de Segurança Pública do Brasil e a PF.

“Já destacamos peritos lotados no Laboratório de Genética Forense das cinco unidades do CPCRC, que formam uma equipe capacitada, para fazer a coleta de familiares, em colaboração a essa campanha. E, o principal, possibilitar a essas famílias a reencontrar seus parentes”, concluiu o perito criminal Celso Mascarenhas, diretor-geral do CPCRC. (Agência Pará)