Foi grande a preparação para o show do Coldplay no Rock in Rio neste sábado (10). A banda, conhecida por performances grandiosas, mandou distribuir 100 mil pulseiras com inteligência artificial ao público e encomendou alterações no Palco Mundo, que ganhou novos refletores e canhões de luz.
A ideia era entregar um espetáculo visual cósmico, inspirado na viagem do disco “Music of the Spheres”, trabalho mais recente do grupo, lançado em 2021. Mas o céu não ajudou muito.
Num mar de capas de chuva, as pulseirinhas nos braços dos fãs — que mudavam de cor e piscavam sincronizadas com as músicas — se destacaram pouco. O recurso, que aparece há anos em shows da banda, foi inédito no Rock in Rio, mas ficou mais bonito para quem viu pela TV.
Leia mais:Ainda assim, lasers e pirotecnia fascinaram uma plateia emocionada, que se apegou às mensagens de autoajuda do repertório mais recente do grupo. No hino motivacional “Viva la vida”, o show ganhou jeito de palestra de coach.
O vocalista Chris Martin elogiou o desempenho do público e anunciou que cantaria a faixa de novo. No total, foram quase nove minutos de “Viva la vida”.
A repetição também aconteceu em “Sky full of stars”, em que o cantor pediu para os fãs guardarem os celulares e aproveitarem a música. Foram outros nove minutos entre o início e o fim das duas execuções de “Sky full of stars”.
É o tipo de situação comum em shows que estão sendo registrados: é bom ter mais de uma versão das principais músicas para facilitar o trabalho do editor da gravação. Mas o grupo não revelou se foi esse o caso da apresentação no Rio.
A banda ainda citou um trecho de “Mas que nada”, de Jorge Ben, ao piano e tocou “Magic” com a letra em português. Assim como já fez em outros países nesta turnê, o vocalista leu uma versão traduzida da letra na língua local.
Depois, com chapéus ao estilo “gringos no Rio”, Martin deu a deixa para os fãs cantarem parabéns para o guitarrista Jonny Buckland que fez aniversário de 45 anos neste domingo (11) — o show começou depois da meia noite.
Um trecho dedicado às músicas mais melancólicas dos primórdios da banda emendou “The scientist” e “Yellow”, dos discos “A Rush of Blood to the Head” (2002) e “Parachutes” (2000). Mais tarde, ainda entrou “Fix you”, do “X&Y” (2005).
Oito dos nove discos da banda foram representados em músicas do setlist, só “Everyday Life” (2019) ficou de fora. Mas a maior parte do tempo foi dedicada ao álbum recente, que empolgou mais em “My universe”, gravada originalmente com os sul-coreanos do BTS, e “Biutyful”, apresentada com um fantoche no palco.
O público se empolgou, mas ninguém parecia mais feliz do que Chris Martin. O vocalista agradeceu até pela chuva, por mantê-lo limpo.
“Obrigado por estarem aqui na chuva conosco, sendo tão lindos e cantando tão lindamente. Obrigado por superarem o trânsito, a Covid, a chuva, o preço dos ingressos, as filas e todas as merdas que tiveram que superar para virem. Estamos tão gratos e felizes. Estou limpo agora sendo lavado e me sinto bem”, disse.
“Está sendo muito divertido. E vocês já são o público mais divertido que já vi na minha vida. A gente poderia estar na cama vendo ‘Game of thrones’, e estamos tendo uma noite ótima.”
(Fonte: G1)