Na madrugada desta quarta-feira (30), por volta das 5h30, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam Márcio Rogério Silva Carvalho, de 37 anos, passageiro de um ônibus que fazia a linha Itaituba–Marabá. Em poder do acusado foram apreendidos 12 tabletes de cocaína que perfazem um total de 12 quilos. A droga iria para Imperatriz (MA). O acusado nega que o entorpecente seja dele.
De acordo com o delegado Vinícius Cardoso das Neves, da Polícia Civil, a abordagem dos agentes da PRF aconteceu na Rodovia BR-230 (km 128), zona rural de Marabá, e a droga estava em uma caixa de papelão dentro do ônibus. “O motorista do ônibus asseverou que a bagagem pertenceria ao passageiro Márcio. Em razão disso ele foi conduzido à Seccional de Polícia Civil e autuado em flagrante por tráfico de drogas”, explica o delegado.
Ainda de acordo com Vinícius Cardoso, o acusado confessou que seguia de Itaituba tendo como destino a cidade de Imperatriz, no Maranhão. “Tudo indica que o município maranhense seria o destino final da droga”, reafirma o delegado Vinícius.
Leia mais:O policial ressalta ainda que a repressão ao tráfico de drogas em Marabá está sendo exercida em todas as esferas, tanto no combate ao tráfico doméstico quanto na repressão da droga que passa pelo município. Isso acontece, segundo ele, “por se tratar de uma rota do tráfico de drogas”.
PREVENTIVA
Em decisão interlocutória, a juíza Renata Guerreiro Milhomem, da 1ª Vara Criminal de Marabá, homologou o auto de prisão em flagrante e converteu a prisão em preventiva. Mas somente nesta quinta-feira (31) será realizada a audiência de custódia do acusado, devido a apresentação dele no Fórum de Justiça ter ocorrido depois das 13h e também porque a magistrada estava realizando audiência de instrução e julgamento no mesmo horário.
A juíza justificou a decretação da prisão cautelar de Márcio Rogério. “Há prova da materialidade, indícios de autoria e riscos concretos à manutenção da ordem pública, ante a periculosidade concreta da conduta atribuída ao flagrado, pois foi preso com significativa quantidade de material entorpecente, cuja intenção de difusão ilícita restou evidenciada pelas circunstâncias da apreensão, cujos elementos caracterizam a prática da traficância”.
CONTRADIÇÕES
Ouvido pela reportagem, o acusado disse que a droga não lhe pertence. Questionado por que então a polícia atribui o entorpecente a ele, Mário Rogério respondeu: “Porque eu estava sentado embaixo de onde estava a caixa”. Ele disse também que mora em Imperatriz.
Mas a versão do acusado entra em conflito com o depoimento do motorista do ônibus. Este relatou para a polícia que por duas vezes tentou convencer Márcio Rogério a levar a caixa para o bagageiro inferior do veículo, mas ele insistia em manter a caixa no compartimento acima da poltrona onde estava sentado.
Segundo o motorista, quando o ônibus parou na cidade de Altamira, por volta das 19h30 de terça, ele pediu que Márcio colocasse a caixa no bagageiro inferior, mas ele alegou que o compartimento estava cheio. A viagem seguiu e quando o veículo parou novamente, agora em Novo Repartimento, por volta das 5h30 de ontem, o motorista de novo solicitou que a caixa fosse levada para o compartimento inferior porque estava balançando muito e poderia cair, mas novamente Márcio se recusou, alegando que já estava chegando em Marabá.
De fato: estava perto da cidade, mas mais perto ainda estavam os agentes da PRF, que já seguiam no encalço da droga e conseguiram apreendê-la. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho e Evangelista Rocha)