Diversos segmentos da sociedade civil organizada do município de Jacundá levantaram a bandeira de um movimento popular com a finalidade de pedir fim ao entra e sai de prefeito. Denominado de “Movimento pró-Jacundá, intervenção já”, o grupo de trabalho já realizou duas reuniões. Medidas judiciais e manifestação nas redes sociais estão entre as ações.
O movimento ressurgiu depois de uma nova reviravolta na cadeira de prefeito, que aconteceu nos dias 1º e 23 de abril, respectivamente, com a saída de Ismael Barbosa, que deu lugar a José Martins de Melo Filho, que tornou a sair no dia 23. “Essa instabilidade política causa diversos problemas à sociedade de Jacundá. Estamos vivenciando isso na saúde, onde os TFD’s estão suspensos e os pacientes correndo risco de perder consultas médicas”, cita Gessynael Reis, membro do Conselho Municipal de Saúde, durante o primeiro encontro do grupo, que aconteceu na quarta-feira, 24 de abril, na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR).
Os organizadores do “Movimento Pró-Jacundá, intervenção já” não pretendem decidir sobre ações drásticas, como interditar rodovia ou ocupar prédios públicos. “Vamos estudar medidas judiciais e levar ao conhecimento do Ministério Público e Poder Judiciário que essa questão política de entra e sai de prefeito está deixando um prejuízo muito grande”, lembrou Vera Lúcia Batista, presidente do STTR.
Leia mais:“Não precisamos de dois prefeitos. Essa situação afeta os servidores, a sociedade e, principalmente, a economia”, destacou Tony Gomes, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, subsede de Jacundá. Na opinião do Padre Adriano, da Paróquia de Jacundá, a “instabilidade política causada pelo entra e sai de prefeito precisa chegar ao fim”.
O movimento reúne sindicatos ligados à educação, comércio, indústria, trabalhadores rurais, Igreja Católica e outras entidades. Na próxima semana, os organizadores pretendem apresentar um documento pedindo uma intervenção do governo do Estado na situação política de Jacundá, que durante dois anos trocou de prefeito por 9 vezes.
Jacundá Fórum fortalece organizações sociais
Com o tema: “O fortalecimento das organizações da sociedade civil, legalidade e moralidade”, foi realizado nesta terça-feira, dia 30 de abril, o I Fórum das Organizações da Sociedade Civil de Jacundá. O evento reuniu no salão de eventos da Associação Comercial e Industrial de Jacundá (ACIJ) representantes de entidades que atuam no município.
Na oportunidade, participaram com palestrantes representantes do Ministério Público Estadual, OAB, CMDCA, Fórum da Juventude, entre outras organizações.
A apresentação sobre o objetivo do evento foi realizada pelo jovem Daniel Everton, que explicou a importância do evento para o fortalecimento dos direitos da sociedade civil local. “O fortalecimento das organizações da sociedade civil, legalidade e moralidade”, ministrada pelo advogado Ismael Gaia, presidente da OAB/PA, Subseção Marabá, mostrou aos participantes o papel de cada representatividade na cobrança dos direitos coletivos.
Já a palestra “O papel das organizações da sociedade civil, legislação pertinente e seus principais desafios” bem como “Sociedade civil organizada, diversidade de espaços, atores, formas institucionais, autonomia e poder” coube ao promotor de Justiça Sávio Ramon Batista da Silva, que não deixou de ouvir dos participantes o imbróglio político-administrativo de Jacundá.
Zaqueu Catarino, do Conselho de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente e relator da Comissão Eleitoral para o Processo de Escolha do Conselho Tutelar 2019, debateu o tema “Processo de escolha de conselheiros tutelares em data unificada 2019”. Segundo ele, neste ano as entidades interessadas em lançar candidatos ao cargo de conselheiro tutelar deverão apresentar uma série de documentos comprobatórios que atuam em defesa dos direitos da criança e do adolescente de Jacundá.
Por último, o evento deliberou pela criação do Fórum Permanente das Organizações da Sociedade Civil. De acordo com Zaqueu Catarino, “essa iniciativa será fundamental para a sociedade local reivindicar seus direitos”. (Antonio Barroso)