O 9º Festival Internacional de Audiovisual (FIA) Cinefront, em Marabá, tem proporcionado uma série de eventos culturais, incluindo sessões de cinema, exposições e oficinas que se encerrarão nesta semana (22 a 26) com uma programação especial de filmes e debates nas escolas da rede pública sobre questões socioambientais na Amazônia Oriental.
A agenda deu início nesta segunda-feira (22), na Escola Salomé Carvalho, com exibição dos filmes “Processados” e “O Amanhã é Hoje”, seguidos por um debate com Raimundo Gomes, das Brigadas Populares.
Hoje, terça, 23, a Escola Jonathas Athias deu continuidade à programação às 14h, com a mesma seleção de filmes e debate. A partir das 14h do dia 24 de abril, será a vez da Escola CMRIO receber a mostra de filmes e debate sobre os conflitos socioambientais na região amazônica.
Leia mais:Na quarta, a Escola Liberdade abrirá suas portas às 9h para mais uma exibição dos filmes também com acessibilidade em Libras, seguidos pelo debate com Raimundo. Na quinta (25) às 9h, a Escola Anísio Teixeira também participará desse importante evento, promovendo reflexões sobre os desafios enfrentados na Amazônia Oriental.
Paralelamente, o encerramento da agenda também acontece com a exposição em homenagem ao renomado artista Nego Bispo, nesta terça-feira (23), no Campus 3 da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e promete ser uma celebração da vida e do legado do filósofo quilombola
CURVA DO S
Fora do município, a exposição fotográfica “Ensaio do Fim do Mundo”, de Maycon Nunes, mostrou imagens poderosas do Acampamento da Juventude Sem Terra – MST, na Curva do S, em Eldorado dos Carajás, de 12 a 16 de abril. O evento proporcionou uma visão íntima e comovente da realidade vivida por esses jovens engajados.
OFICINAS E FILMES
Além disso, o festival ofereceu oficinas práticas, como a de Fotografia com Maycon Nunes e a de Produção Audiovisual Mobile com Caed Alves, ambas realizadas no Acampamento da Juventude Sem Terra.
As sessões de cinema e as palestras abordaram questões contemporâneas, ambientais e sociais importantes. Filmes como “Remedio México”, “Somos Guardiões” e “Mada & Bia”, fizeram parte do festival, retratando a realidade amazônica e questões indígenas.
Para o encerramento, o festival se expandiu para diversos locais, incluindo escolas, o Cine SESC e praças em bairros como Cabelo Seco, Liberdade e São Félix, em Marabá. O público teve a oportunidade de assistir a uma variedade de filmes que exploram a relação complexa entre humanidade e natureza, como “Amazônia, a Nova Minamata?” e “Águas da R-existência”.
ACESSIBILIDADE
O Cinefront se comprometeu com a acessibilidade e incluiu tradução em Libras nos filmes, intérpretes para debates ao vivo e equipamento de audiodescrição para pessoas cegas, que será doado à universidade após o evento. O festival também celebra uma década de Cinema de Fronteira na Amazônia, destacando o poder do cinema como ferramenta política e pedagógica para contar histórias e promover mudanças sociais.
Vale ressaltar que a mostra fotográfica do “Ver-a-Cidade”, com Nelson Jean, que estará em exibição na Galeria de Arte Vitória Barros, em Marabá, ocorre a partir de 26 de abril até 31 de julho.
SÍNTESE
Em sua 9ª edição, o FIA busca provocar reflexões sobre a crise climática na Amazônia e além. O evento destaca como essa crise afeta principalmente comunidades vulneráveis e expõe as injustiças sociais do capitalismo global.
O festival não apenas aborda a tragédia, mas também promove o apoio às lutas populares, mostrando como diferentes grupos resistem à opressão e buscam sustentabilidade e justiça social. Com 18 filmes convidados, 30 sessões de cinema e debates em dois países e diversas localidades, exposições fotográficas, oficinas e um masterclass com Jorge Bodanzky, o evento é resultado de uma construção coletiva envolvendo diversos parceiros sociais, instituições e produtoras culturais.
(Thays Araujo, com informações de 9º FIA Cinefront)