Correio de Carajás

Cinco pontos do uso da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos no Brasil

Composição, dosagem, segurança, eficácia e riscos de efeitos adversos: confira as respostas para as principais dúvidas sobre a aplicação da Pfizer em crianças no país

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade no Brasil. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (16) após avaliação técnica do pedido submetido pela farmacêutica no dia 12 de novembro.

Esta é a primeira vacina aprovada no país para aplicação em crianças nessa faixa etária. Confira algumas das principais dúvidas sobre o tema:

1. Quem poderá receber a vacina a partir de agora?

Com a decisão da Anvisa, crianças entre 5 e 11 anos de idade passam a integrar o público apto para a vacinação contra a Covid-19.

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As crianças nessa faixa etária poderão receber apenas o imunizante da Pfizer, elaborado com dosagem e composições específicas para uso pediátrico.

2. Quando as vacinas estarão disponíveis?

A aprovação da Anvisa permite que a vacina já seja usada no país para a nova faixa etária.

No entanto, a chegada do imunizante aos postos de saúde depende do calendário e da logística do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, responsável pela coordenação da distribuição das vacinas no Brasil.

Até o momento, o Ministério da Saúde não divulgou informações sobre contratos e a previsão da chegada das doses ao país.

3. Qual é a composição da vacina?

A vacina da Pfizer para uso em crianças apresenta dosagem e composição diferentes do imunizante utilizado para maiores de 12 anos. A formulação da vacina para uso pediátrico é de duas doses de 0,2 mL (equivalente a 10 microgramas), com esquema de pelo menos 21 dias de intervalo entre as doses.

Com o objetivo de diferenciar as vacinas para crianças dos imunizantes para maiores de 12 anos, a tampa do frasco da vacina de uso pediátrico será na cor laranja. Para os maiores de 12 anos, a vacina, que será aplicada em doses de 0,3 mL, terá tampa na cor roxa, como já está padronizado.

A Anvisa orientou que as crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose, devem manter a dose pediátrica. Além disso, informou que não há estudos sobre a coadministração com outras vacinas para essa faixa de idade.

A vacina também tem esquema de conservação diferente, podendo permanecer por 10 semanas em temperatura de 2ºC a 8ºC.

4. Quais são os riscos de efeitos adversos?

De acordo com a Anvisa, os principais pontos de atenção em relação ao público infantil para a aprovação da vacina são os dados de segurança e eventos adversos identificados.

Na apresentação realizada nesta quinta-feira, os técnicos da Anvisa mostraram resultados de um panorama dos Estados Unidos com 4,9 milhões de crianças de 5 a 11 anos vacinadas com ao menos uma dose da Pfizer. As suspeitas de eventos adversos representavam 0,05% do total de doses administradas no país norte-americano.

De acordo com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), que aprovou o uso na mesma faixa etária no dia 25 de novembro, “os efeitos adversos mais frequentes em crianças dos 5 aos 11 anos são semelhantes aos das pessoas com 12 anos ou mais. Incluem dor no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, vermelhidão e inchaço no local da injeção, dores musculares e calafrios. Esses efeitos são geralmente leves ou moderados e melhoram alguns dias após a vacinação”,.

5. A vacina é segura?

De acordo com a avaliação da equipe técnica da Anvisa, a vacina é segura para aplicação em crianças de 5 a 11 anos.

Para chegar à decisão, a agência contou com a consultoria de um grupo de especialistas em pediatria e imunologia. Os pesquisadores tiveram acesso aos dados dos estudos e resultados apresentados pela Pfizer.

A consultoria contou com a participação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

“Eu vejo como excelente a vinda de uma vacina em termos de proteção para essas crianças. Foram apresentados, junto aos órgãos regulatórios, os estudos com relação à eficácia e principalmente em relação à segurança e imunogenicidade [capacidade de indução da resposta imunológica pelo organismo]”, disse a médica Rosana Richtmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia, em vídeo veiculado pela Anvisa.

Na reunião pública transmitida ao vivo pela Anvisa, o diretor-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que as evidências científicas disponíveis apontam que a vacina administrada no esquema de duas doses para crianças de 5 a 11 anos pode ser eficaz na prevenção de doença grave e de óbitos.

(Fonte: CNN Brasil)