Correio de Carajás

Cinco anos após acidente, Semas autoriza resgate de navio que afundou com 5 mil bois em Barcarena

A Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Semas) autorizou nesta quinta-feira (10) a retirada da estrutura no Navio Haidar, que afundou com mais de 5 mil bois vivos em Barcarena, nordeste do estado. O acidente, que completou cinco anos em outubro, ocorreu no porto de Vila do Conde, quando a embarcação sequia com destino à Venezuela.

De acordo com a Semas, a empresa que deve fazer a retirada da estrutura foi contratada pela Companhia Docas do Pará. O trabalho de resgate do navio começará em janeiro de 2021 e terminará cinco meses depois, quase seis anos após o acidente.

Segundo o Governo do Pará, a retirada do navio deveria ter ocorrido desde 2018, mas houve problemas na liberação de procedimentos devido ao risco ambiental eminente provocado pela manobra.

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“Nossas equipes da Semas avaliaram os procedimentos que serão adotados pela empresa para evitar qualquer problema, como a movimentação de sedimentos ou um possível vazamento de restos de óleo, que possam ter ficado retidos no fundo do navio, para isso, exigimos o plano de ação emergencial”, explica o Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade Mauro O’de Almeida.

Relembre o caso

O navio Haidar, de bandeira libanesa, afundou no dia 6 de outubro de 2015, no porto de Vila do Conde, em Baracarena. A embarcação transportava cinco mil bois vivos e 700 toneladas de óleo para a Venezuela. O acidente causou impactos ambientais e sociais na comunidade de Barcarena.

Os animais que estavam a bordo morreram afogados, muitos presos na embarcação. A tragédia atingiu a vida de milhares de pessoas nessa região. As famílias prejudicadas contam que até hoje não foram indenizadas por causa da tragédia ambiental, social e econômica.

O banho nas águas foi proibido e o movimento de frequentadores das praias de Barcarena, Abaetetuba e ilhas vizinhas caiu. Pescadores também não puderam mais retirar o sustento dos rios e os impactos do naufrágio continuam sendo sentidos até hoje.

Vários laudos comprovam danos sociais e ambientais provocados pelo desastre que geram um valor mínimo de R$ 71 milhões em indenizações. (Fonte:G1)