O “efeito do chuveiro” é o nome dado àquela criatividade que parece surgir em momentos de relaxamento, quando abrimos o xampu e a água quente começa a cair, por exemplo. Um grupo de pesquisadores resolveu destrinchar o “efeito do chuveiro” para entender se ele existe de fato e como funciona. Em um estudo, publicado na revista Psychology of Aesthetics, Creativity, and the Arts, da Associação Americana de Psicologia, os cientistas explicam o que o efeito significa para nossa mente e como podemos usá-lo a nosso favor. As informações são da revista Super Interessante.
Segundo a pesquisa, o “shower effect” ou em português “efeito do chuveiro” acontece quando nos engajamos em algo que não demanda muito da nossa cognição – como caminhar, praticar jardinagem e, claro, tomar banho.
Ao deixarmos a mente vagar livremente, mas não tão livre a ponto de ficar distraída, estaríamos mais propensos a pensar em algo inovador e criativo.
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Para testar essa hipótese, os pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos. O objetivo era pensar e apresentar usos alternativos para um tijolo ou um clipe de papel. Antes, cada grupo assistiu a um vídeo diferente.
O primeiro assistiu a um vídeo monótono, em que dois homens dobravam roupas. O outro assistiu a um “razoavelmente envolvente”: uma cena da comédia romântica Harry e Sally – Feitos Um para o Outro (1989).
Os vídeos desempenhavam o mesmo papel do banho: foram escolhidos justamente por serem algo comum, tarefas que realizamos com frequência.
“O que queríamos saber não era qual vídeo estava ajudando você a ser mais criativo. A questão era: como a divagação mental está relacionada à criatividade durante tarefas chatas ou envolventes?”, conta Zac Irving, um dos envolvidos no estudo.
Após os vídeos, os participantes listaram usos alternativos para os objetos. Eles também relataram o quanto suas mentes viajaram durante as cenas.
Os pesquisadores descobriram que deixar a mente viajar ajuda a desenvolver ideias mais criativas. A divagação levou a um maior número de ideias, mas só quando os participantes assistiram ao trecho do filme – o que não aconteceu com o vídeo “chato”.
“Imagine que você está empacado em um problema. O que você faz?”, questiona Irving. “Provavelmente não será algo absurdamente chato como ver tinta secar. Em vez disso, você faz algo que te deixa ocupado, como caminhar ou tomar banho. Atividades que sejam moderadamente envolventes.”
(Fonte: OPOVO)