Correio de Carajás

Ciclista atropelado por veículo da Sesai

Após ser intimado, o indígena Parkamparare Pepkote se apresentou na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil e assumiu ser o motorista que atropelou e matou Genilson Damasceno Silva, de 24 anos, na noite da última terça-feira, na Rodovia BR-222, entre o Núcleo São Félix e o Bairro Morada Nova, em Marabá.

O veículo envolvido no acidente, uma caminhonete, é alugado e está a serviço da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), onde Parkamparare trabalha como motorista. As investigações da Polícia Civil levaram até ele porque a placa da caminhonete ficou caída no local da colisão com o ciclista.

Segundo o delegado Vinícius Cardoso das Neves, o indígena alegou não ter prestado socorro à vítima por preocupação com a própria integridade física e medo de ser linchado, acrescentando que poderiam queimar o veículo porque há muito preconceito contra indígenas. “Ele contou que fez a ultrapassagem e quando retorno pegou o ciclista. Afirmou que estava muito escuro e realmente a rodovia é escura e a bicicleta não tem nenhuma sinalização”, comentou o delegado.

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Delegado Vinícius: “Outras pessoas serão ouvidas e estamos aguardando laudo técnico”

A autoridade policial acrescentou que o indígena foi indiciado por homicídio na direção de veículo automotor agravado por não ter prestado socorro. “Outras pessoas ainda serão ouvidas e estamos aguardando a finalização do laudo técnico para termos toda a dinâmica de como ocorreu o acidente”, afirmou. Parkamparare foi liberado após prestar depoimento.

A vítima foi identificada na tarde da última quarta-feira (10) junto ao Instituto Médico Legal (IML). Policiais militares que atenderam à ocorrência no dia da morte divulgaram fotos da placa do carro que ficou caída na rodovia: QEI-9616. O registro pertence a uma caminhonete Nissan Frontier branca, de Belém, ano 2018.

A equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) também esteve no local do atropelamento fazendo os levantamentos necessários para o procedimento administrativo de trânsito, assim como os peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves também realizaram perícia. (Luciana Marschall com informações de Evangelista Rocha)