Mesmo já sendo maiores de 18 anos, os indivíduos Rafael Moreira e Wanderson Farias dos Santos cumpriam, até o final de semana, uma medida socioeducativa de privação de liberdade no Centro de Internação do Adolescente Masculino (CIAM) devido a atos infracionais praticados quando eles ainda eram menores de idade. Agora, prestes a sair, eles resolveram se despedir com “estilo” do centro de internação. Decidiram que iriam matar três adolescentes também internados ali. A situação quase terminou em tragédia e sobrou até para dois monitores de serviço naquele dia. Os acusados só foram contidos com a chegada do Grupamento Tático da Polícia Militar.
O caso aconteceu ao meio-dia de domingo (18). Um dos monitores envolvidos (cuja identidade será preservada) disse ter visto os dois acusados, no pátio, armados de pedaços de concreto, um vergalhão e um estoque (objeto perfurante feito com o cabo de um rodo). A dupla tentava invadir a sala 2 para matar três internos.
Os acusados xingavam os adolescentes de “Jack” e “Brinde”. Na linguagem dos detentos de casas penais do Brasil, o termo “Jack” é usado para identificar presos acusados de estupro.
Leia mais:O monitor conta que se aproximou dos acusados e tentou convence-los a desistir do ato criminoso, mas foi pior, pois ele passou a ser alvo da dupla. O acusado Wanderson partiu para cima do monitor e tentou agredi-lo com um pedaço de concreto, que lhe atingiu o braço direito. Ao mesmo tempo, Rafael o atacou com um pedaço de vergalhão, que lhe atingiu de raspão na barriga.
Diante disso, ele conseguiu correr e se esconder na cozinha, de onde avistou Wanderson tentando ferir outro monitor com um estoque. A sorte dos agentes públicos e dos três internos é que o Grupamento Tático Operacional da PM chegou rápido e acabou com a “festa”.
Depois de dominados, os acusados foram conduzidos para a 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil. “Por se tratar de indivíduos maiores de idade eles foram autuados em flagrante por tentativa de homicídio e estão à disposição da Justiça para cumprimento da pena”, explicou o delegado Vinícius Cardoso das Neves, diretor da Seccional. (Chagas Filho)