Correio de Carajás

Chuvas começam e infraestrutura e saneamento já preocupam moradores da Grota

Acumulados nas passarelas da canalização, os recipientes plásticos prenunciam aos residentes das Folhas o que virá com os alagamentos/ Fotos: Josseli Carvalho

O descaso da gestão pública e da própria população com a higiene da Grota Criminosa deu, nesta terça-feira (24), os primeiros indícios de um problema nada novo. Todos os anos, durante a época chuvosa que acomete Marabá, os residentes das imediações da canalização do córrego sofrem com alagamentos severos, com acúmulo de lixo e até aparições de cobras e jacarés, com a subida da água.

O drama anual afeta os moradores da Nova Marabá, que vivem às margens das Folhas 20, 21, 22, 27, 28 e 29. João Batista contou à reportagem que já teve muitos prejuízos. Ele, que reside há 43 anos no local, já teve a casa inteira alagada e perdeu móveis. Além disso, sofre com o lixo jogado por populares na galeria e que, posteriormente, adentra sua residência com a enchente: “Alaga tudo”.

O morador João Batista aponta que o mau cheiro e a existência de ratos persistem durante todo o ano

Quase um ano após o último alagamento, o homem confessa que ainda não conseguiu recuperar tudo que foi perdido. E ele não é o único que sofreu e ainda sofre com as tribulações. Denilson Costa é outro que mora em uma quitinete localizada na Folha 27 e destaca que, até o momento, não viu a limpeza da canalização.

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“A polêmica não se limita apenas a quando chove, porque quando não, o mau cheiro que decorre da sujeira incomoda os moradores”, relata. O marabaense vai além e afirma que a existência de ratos é um problema com o qual ele e os outros precisam conviver diariamente, também.

Denilson ainda não se recuperou da última enchente

Vale lembrar que há um ano a tentativa de renomear o local como “Caminho das Águas” era rejeitado na Câmara durante a votação do projeto e a população aproveitava a situação para cobrar mudanças na infraestrutura e no saneamento em toda extensão do córrego, como noticiou este portal.

A grande questão é que o período do inverno chuvoso na cidade inicia em novembro e se estende até maio. No entanto, já no final do mês de outubro, a gestão sequer iniciou a limpeza. Além de sacolas e recipientes de plástico, a quantidade de mato também assusta. (Thays Araujo, com informações de Josseli Carvalho)