Correio de Carajás

China diz que grãos dos EUA ‘são facilmente substituíveis’

Após tarifaço, exportação de soja brasileira para a China deve aumentar 32% em abril, diz mídia estatal chinesa. Brasil e EUA são os maiores produtores de soja do mundo e competem por este mercado.

Foto: Freepik

O governo chinês disse que os grãos produzidos pelos EUA, como a soja, o milho e o sorgo “podem ser facilmente substituídos”, disse a agência de notícias Bloomberg.

A afirmação foi feita pelo vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, Zhao Chenxin, nesta segunda-feira (28), a jornalistas.

“Mesmo sem as compras dos EUA, não haverá muito impacto no fornecimento de cereais à China”, complementou Chenxin.

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A declaração ocorre em meio a uma guerra comercial iniciada neste mês pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs taxas de importação a diversos parceiros comerciais.

Para a China, as tarifas chegam até 245%. Como resposta, Pequim taxou em 125% as importações americanas.

Quem está ocupando o espaço do mercado norte-americano na China é o Brasil, maior exportador de soja para a China.

Cerca de 40 navios com soja brasileira devem atracar no porto chinês de Zhoushan em abril, um aumento de 48% em relação ao ano passado.

 

A informação foi dada pela emissora estatal chinesa CCTV, em uma rede social, nesta segunda-feira.

Segundo a CCTV, serão descarregadas 700 mil toneladas de soja brasileira em abril, um aumento de 32% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) mostram que houve uma alta de 7% nas vendas de soja em grão para a China, entre janeiro e março deste ano, em relação a igual período de 2024.

“A China passou a diversificar suas fontes de grãos nos últimos anos e passou a comprar mais soja brasileira, à medida que a guerra comercial desencadeada pelas tarifas do presidente Donald Trump torna inviáveis ​​as compras de safras dos EUA”, disse Chenxin.

A China começou a reduzir as suas compras de soja dos EUA durante o primeiro mandato de Trump, que, na época, também iniciou uma guerra comercial com o país.

Na semana encerrada em 17 de abril, a China comprou apenas 1.800 toneladas de soja dos EUA, após 72.800 toneladas na semana encerrada em 10 de abril, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

(Fonte:G1)