Aterrissou esta segunda-feira (13) em Cabul o primeiro avião comercial estrangeiro desde que os talibã tomaram o poder. Depois da retirada de milhares de pessoas, nas duas últimas semanas, por militares da força conjunta americana e Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os talibãs estão tentando fazer com que o Aeroporto Internacional de Cabul retome as operações.
“Quase não havia ninguém no avião, cerca de 10 pessoas, talvez mais funcionários do que passageiros”, disse um jornalista da AFP a bordo do voo da Pakistan International Airways (PIA) procedente de Islamabad.
Um ônibus com a mensagem “Bem-Vindo ao Afeganistão” esperava os passageiros.
Leia mais:“Este é um grande momento. Estamos muito animados”, disse um funcionário do aeroporto, vestido com um colete laranja florescente. “É um dia de esperança. Talvez outras companhias aéreas vejam isso e decidam voltar.”
O Aeroporto Internacional Hamid Karzai ficou parcialmente destruído com a chegada dos talibãs. Durante as semanas de caos, mais de 120 mil pessoas tentaram sair do país.
Os corredores de passageiros, pontes aéreas e várias infraestruturas ficaram danificadas. Os talibãs contam agora com a assistência técnica do Catar e outras ajudas internacionais para retomar o trafego de voos comerciais estrangeiros.
A volta de voos civis poderá ser um teste. Os talibãs prometeram que deixariam sair livremente do país os afegãos com documentação prévia e que desejassem partir, depois de os países da Otan e os Estados Unidos não conseguirem retirar todas as pessoas antes do prazo acordado.
A Catar Airways tem operado vários voos charter para transportar tanto afegãos quanto cidadãos estrangeiros que ficaram para trás. A maioria, formada de familiares de funcionários de organizações internacionais como o Banco Mundial, esperam viajar para Islamabad, a capital paquistanesa.
No dia 3 três de setembro, a companhia aérea retomou os voos domésticos.
Um porta-voz da empresa paquistanesa diz estar ansioso para retomar os serviços comerciais regulares, mas adianta que ainda é cedo para estabelecer a frequência dos voos. (Agência Brasil)